Representantes do governo federal, da Fifa e do COL apresentaram nesta sexta-feira, no Rio de Janeiro, as linhas gerais do planejamento de segurança para a Copa das Confederações, em junho, e que servirá de parâmetro para a Copa do Mundo de 2014. Segundo as autoridades, foi criado um plano único nacional de ação para os grandes eventos, com a integração das Forças Armadas, as polícias federal e militar e os órgãos de segurança pública, como a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros estaduais.
Um dos principais pontos do plano é a capacitação de profissionais da segurança privada e patrimonial para trabalhar nos estádios durante as competições internacionais. Uma legislação foi elaborada e vai entrar em vigor nos próximos meses.
"Criamos a função do ''steward'', que vai trabalhar tanto na segurança quanto na recepção e orientação do público desses grandes eventos", comentou Hilário Medeiros, diretor de segurança do Comitê Organizador Local (COL). "Elaboramos uma grade curricular com 50 horas-aula que terão que ser cumpridas para que sejam habilitados."
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Para a Copa das Confederações, serão abertos 13 mil postos de trabalho e Medeiros estima que uma média de 2 mil homens trabalharão em cada estádio durante as partidas. A estes se somarão agentes da segurança pública, que serão entre 2 mil e 3 mil nos arredores das arenas.
"Dentro do estádio a responsabilidade é da segurança privada, mas teremos homens em áreas específicas prontos para agir no caso de uma ocorrência mais grave", disse Valdinho Caetano, representante do Ministério da Justiça.
Dependendo da cidade e do jogo, como uma partida no Maracanã, todo o contingente de segurança pública da cidade estará de plantão. De acordo com Caetano, o governo federal gastou R$ 450 milhões no ano passado na compra de equipamentos e no treinamento de pessoal. Este ano, ele estima outros R$ 400 milhões.
"Além disso teremos de 3 mil a 5 mil militares das Forças Armadas em ação em cada cidade nos dias das partidas", reforçou o General Jamil Megid Júnior, conselheiro especial do Ministério da Defesa para grandes eventos.
Todo o planejamento respeitou um livro de regulamentações que a Fifa impõe como condição para a realização das competições. "Desejo que o Brasil faça disso mais um legado, utilize este caderno para organizar seus campeonatos nacionais. Isso evitaria episódios como o da Bolívia (a morte do torcedor Kevin Espada, em partida entre Corinthians e San José, em 20 de fevereiro)", disse Serge Dumortier, gerente de segurança da Fifa.
Para o dirigente, os episódios recentes na América do Sul, incluindo o ataque de torcedores organizados contra torcedores do Palmeiras, na quinta-feira, não muda a preparação das autoridades brasileiras. "Isso não muda nada, do ponto de vista da Fifa. Não temos qualquer preocupação com o Brasil", minimizou Dumortier.
Caetano reforçou a posição ao dizer que as organizadas não costumam ser um fator em jogos de seleções, "mas teremos uma atenção especial". Os órgãos de segurança do Brasil também receberão uma listagem da Fifa com nomes de torcedores estrangeiros que já criaram confusões em outros países. "Não podemos impedi-los de entrar no Brasil, mas eles terão um acompanhamento constante", disse Caetano.