O suíço François Carrard divulgou nesta quinta-feira um balanço da primeira reunião do Comitê de Reformas da Fifa, grupo criado para propor mudanças na entidade, abalada pelos recentes escândalos de corrupção entre seus cartolas e confederações filiadas. Sem dar detalhes, Carrard revelou que o encontro foi marcado por discussões "intensas" e "produtivas".
"O Comitê de Reformas da Fifa contou com discussões intensas e produtivas nos últimos dois dias. Demos passos importantes na busca de sugerir significativas e duradouras mudanças na entidade", declarou Carrard, em comunicado oficial. "O Comitê discutiu diversos tópicos, como governança, mecanismos de financiamento, responsabilidades e objetivos de cada um dos comitês e conselhos da Fifa."
Ao fim da reunião de dois dias, em Berna, o suíço prestará contas ao Comitê Executivo e aos parceiros comerciais da Fifa nas próximas semanas. Ele informou que vai sugerir a criação de um comitê de conselheiros independentes. "Na próxima reunião o Comitê de Reformas vai consolidar estas discussões para futuras considerações da Fifa." O próximo encontro está marcado para os dias 16 e 18 de outubro, novamente em Berna, na Suíça.
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O Comitê de Reformas foi criado após o escândalo que causou o indiciamento de 14 pessoas, entre empresários e dirigentes da Fifa, no fim de maio. Entre eles está o ex-presidente da CBF José Maria Marin, ainda detido em Zurique. As prisões aumentaram a pressão sobre Joseph Blatter, que chegou a ser reeleito para novo mandato presidencial, mas anunciou sua saída quatro dias depois.
Diante das críticas e cobranças dos patrocinadores da entidade, o suíço criou o Comitê de Reformas, com liberdade para propor mudanças na Fifa, além de convocar novas eleições. Carrard foi escolhido para liderar o Comitê por causa da sua grande experiência na área. O suíço supervisionou as mudanças no Comitê Olímpico Internacional (COI) após os escândalos na escolha de Salt Lake City para sediar os Jogos de Inverno de 2002.
Blatter definiu também Domenico Scala para chefiar o comitê independente de auditoria da entidade, que supervisiona os trabalhos de Carrard. Scala quer reestruturar o muito criticado Comitê Executivo e diminuir sua influência, além de impor limites de mandatos para seus membros e publicação dos salários. A ideia é também adotar um controle mais rigorosos dos candidatos nas eleições.