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Campeão e quase rebaixado

Fluminense e Flamengo trocam de papel em um ano

Agência Estado
02 dez 2010 às 11:15

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Em menos de um ano, dois rivais cariocas trocaram de papel no Campeonato Brasileiro. Próximo de conquistar o título, o Fluminense passa em 2010 pela situação que o Flamengo viveu em 2009. O time da Gávea, por sua vez, passou pelo pesadelo que assombrou o clube das Laranjeiras na última temporada.

Após passar 27 rodadas seguidas na zona de descenso, o Fluminense escapou do rebaixamento em 2009 apenas na última rodada, depois de empatar com o Coritiba no Couto Pereira por 1 a 1, resultado que fez o rival do Paraná cair para a Série B. Quatro jogadores do time que bateu o Palmeiras por 2 a 1 no último domingo estiveram nessa partida. Gum, Mariano, Fred e Conca atuaram contra o Coritiba. Neste ano, os quatro são peças de destaque na campanha deste ano, principalmente o meia argentino.

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Mas a principal mudança no time das Laranjeiras ficou por conta do comando técnico. Cuca, que salvou o Fluminense do rebaixamento, perdeu o emprego em abril. A diretoria investiu pesado para trazer Muricy Ramalho, que havia deixado o Palmeiras.

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Para Carlos Alberto Torres, que defendeu o Fluminense entre 1974 e 1977, o investimento da parceira Unimed para trazer Muricy foi fundamental. "O Fluminense já tinha um bom time no ano passado, do contrário não teria dado aquela arrancada para escapar da Série B. Mas claro que o esforço do patrocinador para contratar bons jogadores e principalmente o Muricy pesaram nesta mudança."

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Se o Fluminense fez o caminho em direção ao sucesso, o Flamengo perdeu uma chance de consolidar. Depois da conquista do Brasileirão de 2009, o clube se reforçou com Vágner Love no começo deste ano, após perder o atacante Zé Roberto. Porém, a situação começou a mudar depois da saída em abril do técnico Andrade - o treinador esteve nos últimos meses no Brasiliense, mas não livrou o clube do rebaixamento para a Série C.


Rogério Lourenço assumiu o comando do Flamengo, mas durou pouco no cargo. Com as saídas de Vágner Love e Adriano, o clube perdeu a referência no ataque. Para complicar ainda mais, o afastamento do goleiro Bruno devido ao desaparecimento de Eliza Samudio deixou o clima tenso dentro do elenco.

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O Flamengo acertou com o ídolo Zico para tentar colocar ordem na administração do futebol. E o técnico Silas foi contratado. Porém, o ídolo deixou o clube no começo de outubro após desavenças políticas. Dirigentes levantaram suspeitas entre acordo do Flamengo com o CFZ e pediram investigações.


Silas também caiu. Patrícia Amorim apostou em Vanderlei Luxemburgo, demitido do Atlético-MG pela fraca campanha no Brasileirão. O treinador disse em seu discurso de chegada que não estava preocupado com o rebaixamento, mas só escapou na penúltima rodada por conta de uma combinação de resultados.


Para o tetracampeão Zagallo, que jogou e treinou o Flamengo, o clube paga pela falta de planejamento. "Enquanto o Adriano e o Vágner Love estavam jogando, o time tinha ataque. Quando eles saíram, o Flamengo perdeu referência. Foi uma queda de produção muito grande, sem falar de todas essas mudanças que o time teve."

Já Carlos Alberto Torres acredita que o Flamengo continuará em situação complicada por mais tempo. "O Fluminense tem um patrocinador e já tinha um bom time mesmo quando lutava para não cair. O Flamengo está em situação diferente. Ganhou no ano passado, mas sempre esteve em situação complicada. Acho que a coisa é mais difícil para eles [os rubro-negros]."


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