Alvo de críticas por conta da polêmica do último Fla-Flu, o presidente do time tricolor, Peter Siemsen, veio a público nesta terça-feira para defender a decisão do clube de entrar com pedido de anulação do clássico no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). A iniciativa causou uma mudança provisória na tabela, tirando três pontos do Flamengo e colocando um asterisco na classificação do Campeonato Brasileiro. O caso ainda será julgado pelo STJD.
"O Fluminense não tem nenhum prazer em buscar anular jogos, em interferir na tabela, de maneira nenhuma, pelo contrário", disse o presidente do Flu, em entrevista ao Sportv. "O Fluminense está apenas seguindo a previsão da legislação existente. Esta previsão na legislação não foi escolhida pelo Fluminense, não tivemos qualquer envolvimento. Infelizmente, é a legislação aplicável e a medida cabível para a interferência externa. O Fluminense, obviamente, não poderia ficar inerte", declarou.
A reclamação do Flu se deve uma suposta interferência externa do inspetor da arbitragem Sérgio Santos durante o clássico disputado na última quinta-feira, em rodada do Brasileirão. Ele teria informado ao árbitro Sandro Meira Ricci que as imagens de tevê mostravam que o gol marcado pelo Fluminense, aos 39 minutos do segundo tempo, era irregular, porque o zagueiro Henrique estava impedido.
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"O Fluminense acompanhou os fatos do jogo, depois acompanhou muito as polêmicas, as filmagens, as interpretações, e ficou claro para o Fluminense que existiu uma interferência externa indevida. Isso foi compartilhado por quase 100% da imprensa e dos próprios torcedores", disse Peter Siemsen.
Insatisfeito com a atuação da arbitragem, o dirigente resolveu pedir a anulação da partida ao STJD, na noite desta segunda. "A grande questão aí está entre a irregularidade cometida e a pena a ser aplicada. A pena a ser aplicada seria a nulidade do jogo", disse o presidente do Flu, ao justificar o pedido de anulação.
Siemsen afirmou que as imagens exibidas pela TV Globo, no programa "Esporte Espetacular", no domingo, são cabais no pedido ingressado pelo Fluminense no STJD. Segundo leitura labial efetuada por um especialista consultado pelo programa, o inspetor da arbitragem Sérgio Santos teria dito ao juiz: "A TV sabe. A TV sabe que não foi [gol válido]".
"O vídeo é a prova cabal, a prova principal. A leitura labial determina a intervenção externa do inspetor, que não poderia jamais ter procedido daquela forma. Cabe ao Fluminense deixar isso claro. O Fluminense não quer, de maneira nenhuma, interferir na caminhada de cada clube na disputa do campeonato, pelo título. Mas o Fluminense também não pode participar de um jogo onde há uma irregularidade flagrante e foi reconhecida por toda a imprensa", disse o presidente do Fluminense.