Considerado o jogador mais experiente do Guarani, o meia Fernando Fumagalli, de 34 anos, reagiu com estranheza à marcação dos dois jogos finais do Campeonato Paulista para o Estádio do Morumbi. Mesmo decepcionado pela escolha dos dirigentes, Fumagalli não perde a esperança de ver o time campineiro campeão da temporada.
"Depois de tudo que passamos aqui neste ano, acho que tudo é possível. Até mesmo a gente superar o Santos, que é o time mais forte do Brasil neste momento, principalmente pela fase excepcional do Neymar", comentou.
O meia se referia ao fato de o time ter sido montado às pressas e sobre a desconfiança da diretoria, ainda interina, e que teria que garantir os pagamentos de salários em plena crise interna financeira. Ano passado, o clube atrasou salários em até sete meses, não só dos jogadores como dos funcionários.
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"Viemos para o clube acreditando na palavra destas pessoas, como o presidente (Marcelo) Mingone, bem como do técnico Vadão e do Gersinho, seu auxiliar técnico. Nos unimos, trabalhando direito e chegamos à final com justiça, embora surpreendendo a todos", completou.
Depois disso, o time se superou em campo. Tanto que em 12 jogos em casa venceu 11 e só perdeu uma vez, justamente para o Santos, por 2 a 0. "O time foi ganhando moral a cada vitória e isso nos fortaleceu moralmente", justificou, lembrando a boa campanha na fase de classificação e depois as eliminações do Palmeiras (3 a 2) e da rival Ponte Preta (3 a 1).
DÚVIDA - Apesar da confiança no time, Fumagalli dificilmente vai reunir condições de atuar no primeiro jogo. Ele sofreu uma entorse no tornozelo esquerdo e está em tratamento intensivo. Um exame mais detalhado não revelou lesão de ligamentos, mas as suas chances são pequenas de participar, pelo menos, deste primeiro jogo contra o Santos.
O técnico Vadão prefere aguardar até sexta-feira para ver o que fazer. Mas se mostra à vontade depois que Medina substituiu o Fumagalli no dérbi e marcou dois gols na vitória, por 3 a 1, sobre a Ponte Preta. Mas Vadão sabe que nem sempre as coisas funcionam como se é planejado.
"Quando eu coloquei o Medina, eu sabia que ele seria útil ao time, porque é um jogador de muita dinâmica e velocidade. Mas, sinceramente, não poderia imaginar que ele faria dois gols e seria o herói do dérbi", explicou Vadão.
O time treinou em dois períodos nesta quarta-feira, mas só vai treinar à tarde na quinta-feira e num período na sexta. A comissão técnica confirmou que não pretende forçar os jogadores fisicamente. "Houve um desgaste físico e emocional nestes últimos jogos. Por isso, vamos dosar bastante os treinamentos", argumentou Vadão.