Em sua primeira declaração após a nova suspensão, anunciada pela Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) na segunda-feira (14), o atacante Paolo Guerrero criticou a punição que o tirará do Mundial da Rússia. "Estão me roubando a Copa do Mundo e talvez a minha carreira", declarou o jogador da seleção do Peru.
"Para as pessoas que contribuíram para esta vergonhosa injustiça, digo que estão me roubando a Copa do Mundo e talvez a minha carreira. Espero que consigam dormir em paz. Estou vendo com os meus advogados para tomas de devidas ações", disse o atacante do Flamengo, em declarações ao "Canal N", do Peru.
Guerrero se manifestou sobre o caso poucas horas após ser novamente punido por doping. A CAS acolheu o recurso interposto pela Agência Mundial Antidoping (Wada) contra a decisão emitida pelo Comitê de Apelação da Fifa e decidiu aumentar a suspensão do jogador de seis para 14 meses por doping.
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Assim, o jogador está fora da Copa de 2018 e também não deve mais jogar pelo Flamengo, com quem tem contrato somente até agosto deste ano. Como Guerrero já ficou seis meses suspenso, ele começará a cumprir nesta segunda-feira mais oito meses de punição, até completar os 14 meses da pena total.
"O futebol, para mim, é um sonho e continua sendo o meu sonho. Tive a sorte de crescer como jogador. Não consumi nenhum tipo de droga ou substância proibida. Jamais tive de vontade de fazê-lo porque isso nunca me chamou a atenção e sempre foi um profissional. Desde a infância, recebi instrução para saber o que poderia ou não consumir um atleta", reiterou Guerrero, em suas declarações.
Guerrero testou positivo para uso de benzoilecgonina em exame realizado depois do empate por 0 a 0 entre Argentina e Peru, em Buenos Aires, pela penúltima rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa da Rússia de 2018, no dia 5 de outubro. Por conta da punição, Guerrero ficou impedido de defender a seleção peruana nas duas partidas da repescagem do Mundial de 2018, diante da Nova Zelândia. Mesmo assim, o país garantiu vaga na competição, que marcaria a primeira Copa do atacante.
Em dezembro, a Fifa aceitou a defesa de Guerrero de que o atacante tinha ingerido um chá contendo a substância proibida benzoilecgonina, principal metabólito da cocaína. Para a Fifa, o atacante foi negligente ao violar a regra antidoping e, portanto, aplicou seis meses de suspensão levando em consideração que a sanção mínima seria de um ano se não tivesse tido negligência.
A Agência Mundial Antidoping, no entanto, entrou com um recurso na CAS e solicitou que a decisão da Fifa fosse anulada e Guerrero suspenso por um período entre um e dois anos, de preferência por 22 meses. Na decisão definitiva, que não cabe mais recurso, o peruano foi suspenso por 14 meses, nesta segunda-feira.
Revoltado contra a decisão, o atacante peruano reafirmou sua inocência. "O futebol, para mim, nasceu com o meu talento e a minha condição física. Me basta isso. Queria contar a todos que, no decurso deste processo, foram demonstradas várias coisas: que nunca consumi droga, isso foi provado; nunca tive intenção de melhorar a minha performance, porque a substância não melhora a performance e isso já foi provado pela Fifa, Wada e CAS. Eu estava integrado à seleção, seguindo protocolos de seguridade e nutrição. Tomei um chá que um homem não deveria ter servido a um jogador profissional", criticou.