O futebol perdeu parte de sua elegância. Morreu nesta quarta-feira, aos 88 anos, no Rio, Nilton Santos, o maior lateral-esquerdo de todos os tempos. A "Enciclopédia do Futebol", como era conhecido por causa de sua inigualável capacidade técnica de jogar, só vestiu duas camisas em 16 anos de carreira: do Botafogo (entre 1948 a 1964) e da seleção brasileira.
Nilton Santos era um jogador à frente de sua época. Ao contrário dos zagueiros contemporâneos, gostava de ir ao ataque. Na Copa do Mundo de 1958, no jogo contra a Áustria, levou uma bronca do técnico Vicente Feola por ter passado do meio de campo. Ele fez mais. Tabelou com Mazzola e, na saída do goleiro, tocou com classe para fazer o segundo gol do Brasil.
Ao todo, foram três gols marcados pela seleção brasileira em 84 jogos, período em que disputou quatro edições da Copa do Mundo, em 1950, 1954, 1958 e 1962 - foi bicampeão mundial nas duas últimas. Pelo Botafogo, onde jogou a vida inteira, com um total de 723 partidas disputadas, ele virou um dos maiores ídolos da história, ao lado do seu contemporâneo Mané Garrincha.
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Nilton Santos vinha sofrendo com problemas médicos nos últimos anos - foi diagnosticado com Mal de Alzheimer em 2007. Ele tinha sido internado no último domingo, com insuficiência respiratória e cardíaca. E acabou morrendo nesta quarta-feira.