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Futebol paulista

Indefinição nas categorias de base preocupa dirigentes em São Paulo

Alex Sabino - Folhapress
24 jul 2020 às 17:07
- Freepik
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Os registros da FPF (Federação Paulista de Futebol) apontam a existência de 110 jogadores dos 16 times da Série A1 do estadual que podem ficar no limbo por causa da pandemia da Covid-19. São os atletas que estão no último ano do sub-20, último passo das categorias de base antes do profissional. Todos os torneios amadores em São Paulo foram suspensos pela propagação do vírus e não há data para retornarem. Nesta quinta (23), a CBF divulgou que o Campeonato Brasileiro sub-20 acontecerá de setembro de 2020 a fevereiro de 2021. A Copa do Brasil da categoria será de outubro a dezembro deste ano.

"Você tem de considerar que a temporada 2020 já está perdida para o conceito ideal da formação esportiva dos atletas", afirma Osmar Loss, coordenador das categorias de base do Corinthians. A situação fez surgir a ideia, sugerida à FPF e discutida entre dirigentes, de mudar de maneira emergencial a configuração das categorias de base. Todas seriam estendidas por mais um ano. O sub-20 passaria a ser sub-21, o sub-17 se tornaria sub-18 e o sub-15 viraria sub-16 por pelo menos um ano.

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A proposta apareceu em grupo de WhatsApp que reúne coordenadores de vários clubes do país, preocupados com o futuro dos jogadores. O primeiro a apresentá-la foi o advogado Rafael Cobra, especializado em direito esportivo. O interesse dos envolvidos com as categorias mais jovens não é com resultados ou títulos. As principais questões são a formação técnica e o estado emocional deles. Dirigentes da base disseram à reportagem terem preocupação não apenas com o estado físico dos jogadores, mas também psicológico. Consideram que este é um ano crítico para os garotos que precisam fazer a transição para o profissional.

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"A categoria que gera mais preocupação é mesmo o sub-20. Há um monitoramento online dos treinos. Alguns deles apresentam nível de ansiedade muito grande. Não temos isso aqui, mas ouvimos que há casos de depressão em outros clubes. É uma enorme preocupação, e por isso que há muita gente que defende essa mudança", diz Diego Cabrera, coordenador técnico do Botafogo. O pensamento é parecido com os de alguns dos maiores clubes do estado, como Santos e Corinthians, e também do interior, casos de Ponte Preta e Red Bull Bragantino.

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"Além do aspecto físico, existe preocupação principalmente com o aspecto emocional. A gente pode não se dar conta, mas é algo que pode piorar progressivamente", afirma Loss. O Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo ofereceu a partir de junho mais de mil atendimentos a atletas em questões assistenciais e psicológicas. A entidade não oferece uma porcentagem concreta, mas afirma que boa parte é formada por jogadores jovens que se veem diante da indefinição na carreira.


"A insegurança é geral", diz Rinaldo Martorelli, presidente do sindicato. "Os garotos de 20 anos deveriam ter o preparo adequado. Tem de estar preparados para subir [para o profissional], mas aqueles que não conseguirem devem ter um trabalho psicológico para ter consciência de que poderão ter de buscar outra atividade. Os clubes grandes, os da A1, oferecem apoio psicológico. Mas e os menores? E as equipes da A2 ou da A3?".

Para os times de São Paulo, a Federação Paulista adota posição de cautela. O vice-presidente Mauro Silva, campeão mundial em 1994 com a seleção brasileira, afirma estar em contato com os coordenadores da base para encontrar uma solução.
"A gente tem um grupo e se discute tudo ali. Essa questão de sub-20, vamos fazer tudo o que entendemos ser possível para ajudar. Eu acredito muito no avanço das categorias de base", afirma o ex-jogador e agora dirigente.


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