A Venezuela corre sério risco de ser punida pela Fifa e ficar fora das Eliminatórias para o Mundial de 2014, no Brasil. Isso deve ocorrer se o Congresso Nacional do país aprovar nos próximos dias projeto-lei que dá autonomia ao governo central de participar diretamente da escolha dos dirigentes de entidades e organizar competições e eventos esportivos.
A Fifa já se manifestou sobre o assunto. Em carta enviada quarta-feira (29) à Federação de Futebol da Venezuela (FFV), a entidade alerta que a homologação do projeto-lei, em fase de tramitação, vai configurar "ingerência direta do governo em assuntos exclusivos da FFV".
O projeto regula o esporte como um todo e tem o apoio incondicional do presidente Hugo Chávez. Prevê ainda que a definição dos técnicos e coordenadores das seleções nacionais tenha de ser feita em sintonia com as autoridades do governo central.
Leia mais:
Athletico tem fim triste e é rebaixado no ano do centenário
Botafogo amplia ano glorioso com título do Campeonato Brasileiro
Yuri Alberto, com 15 gols pelo Corinthians, é o artilheiro do Campeonato Brasileiro
Gabigol marca e emociona, mas Flamengo empata com Vitória na última rodada
A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) também enviou carta à FFV e ressaltou que o estatuto da Fifa não permite a interferência de governos na organização. Grupos de atletas, técnicos e dirigentes de várias modalidades esportivas da Venezuela estão se mobilizando para alterar o texto do projeto.
Na Argentina, onde a Venezuela fará sua estreia na Copa América neste domingo diante do Brasil, os jogadores estão proibidos de abordar o assunto. A ordem é do chefe da delegação, Serafin Boutureira, para quem os documentos foram endereçados. Ele é secretário-geral da FFV.