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Envolvido em escândalo

J.Hawilla pode perder a empresa Traffic em processo; parceiro se diz inocente

Agência Estado
30 mai 2015 às 07:58

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- Divulgação
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O juiz da corte de Nova York Raymond Dearie negou nesta sexta-feira o pedido de acesso à confissão do empresário J.Hawilla na investigação sobre corrupção que envolve vários dirigentes da Fifa. Também nesta sexta, Aaron Davidson, presidente da Tusa (Traffic USA, subsidiária norte-americana da Traffic), se declarou inocente das acusações de conspiração, fraude financeira e lavagem de dinheiro ligadas ao escândalo.

Dearie justificou a sua decisão de não liberar o acesso às declarações do réu confesso J.Hawilla por considerar o sigilo "essencial para preservar a investigação e servir aos interesses do governo". O brasileiro está em Miami. Pode circular pela cidade, mas, se viajar, tem de informar às autoridades norte-americanas. E só poderá sair dos Estados Unidos se for autorizado.

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Já Aaron Davidson se disse inocente por meio de seu advogado, que leu um documento também em um corte federal de Nova York. O principal executivo da Traffic nos Estados Unidos é um dos 14 acusados de pagar ou receber propinas nas negociações de direitos de transmissão e marketing de torneios de futebol. Ele foi o primeiro acusado a se pronunciar perante a Justiça norte-americana.

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ACORDO DE J.HAWILLA - No acordo feito com a Justiça norte-americana, José Hawilla se comprometeu a restituir US$ 151 milhões (cerca de R$ 480 milhões) nem que para isso a Traffic tenha de ser vendida. O brasileiro já pagou US$ 25 milhões em 12 de dezembro passado, dia em que declarou-se culpado de extorsão, lavagem de dinheiro, fraude e obstrução da Justiça e assinou a confusão. Em dezembro deste ano, terá de pagar mais US$ 75 milhões. No próximo ano, precisará desembolsar outros R$ 51 milhões.

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Para obter o dinheiro, a família do empresário terá de vender parte do patrimônio. Se ainda assim não for obtida a quantia suficiente, a Justiça norte-americana poderá vender a Traffic brasileira e suas filiais nos Estados Unidos e na Europa, por um valor mínimo de US$ 126 milhões. Se o valor foi maior, a diferença também ficará com os norte-americanos.


Pelo acordo, se J.Hawilla não cumprir o compromisso, vai perder os benefícios obtidos com a confissão e poderá sofrer novas acusações. Além disso, o valor que ele ganharia nos contratos em que houve corrupção e que estão em vigência (Copa América de 2016, Copa de Ouro e a Liga dos Campeões da América Central e Copa do Brasil) será destinado às autoridades norte-americanas.

O faturamento anual da Traffic é estimado em US$ 500 milhões/ano e seu patrimônio imobiliário em no mínimo R$ 1 bilhão. J.Hawilla também é concessionário da TV TEM, rede no interior paulista, e de outras emissoras de TV e de rádio.


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