O Superior Tribunal Federal da Suíça disse nesta sexta-feira que um documento que revela que membros da Fifa receberam propinas milionárias da empresa marketing ISL deve permanecer proibido de ser publicado enquanto o caso, que envolve os brasileiros Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, e João Havelange, ex-presidente da Fifa, estiver sendo analisado pela suprema corte do país.
Assim, o tribunal concedeu um "efeito suspensivo" para as partes identificadas apenas como "B2" E "B3", que apelaram para impedir a publicação do documento. A revista suíça semanal de economia Handelszeitung e a BBC informam que estes envolvidos seriam Havelange e Teixeira. O tribunal disse que a Fifa era o "B1", mas se retirou do caso em dezembro.
O documento detalharia um acordo em que dois dirigentes teriam admitido ter recebido propinas na década de 1990. Eles teriam pago 5,5 milhões de francos suíços com a condição de que suas identidades permaneceriam em segredo.
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Quatro meios de comunicação suíços, incluindo o Handelszeitung, e a BBC têm procurado ter acesso ao documento. Eles querem descobrir se os envolvidos têm tratamento preferencial sob a lei suíça, e se outros dirigentes tinham conhecimento do pagamento de propinas.
Os jornalistas tiveram uma decisão favorável em dezembro, quando um tribunal do cantão (Estado) de Zug disse que o documento era de interesse público. O veredicto do tribunal federal deve ser dado nos próximos meses. Presidente da Fifa, Joseph Blatter disse anteriormente que não pode cumprir a promessa de publicar o dossiê sobre o escândalo envolvendo a ISL até que o veredicto federal seja proferido.
Realizar revelações sobre o caso ISL se tornou fundamental para Blatter, que prometeu combater a corrupção no futebol após uma série de escândalos envolvendo membros do Comitê Executivo da Fifa. A ISL faliu em 2001, mas foi uma importante parceira de marketing da entidade antes disso.
Teixeira renunciou neste mês às presidências da CBF e do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014. Na última segunda-feira, ele deixou o seu cargo no Comitê Executivo da Fifa. Em todos os afastamentos, alegou problemas de saúde não especificados e questões pessoais.
Havelange, de 95 anos, é presidente de honra da Fifa e atualmente está internado em um hospital do Rio por conta de uma infecção bacteriana. Em dezembro de 2011, ele renunciou ao seu cargo no COI citando razões de saúde, dias antes da abertura de uma investigação sobre o caso da ISL.