O técnico Emerson Leão evitou confrontos depois da derrota por 4 a 2 para o Botafogo, neste domingo, no Rio. Nas últimas semanas, foram muitas indiretas para a diretoria e cobranças por reforços. Desta vez, ele escapou de perguntas sobre o tema e preferiu destacar as falhas dos seus jogadores em campo.
"O clima não está quente. O São Paulo está frio. Para mim, não tem duas verdades. Está tudo tranquilo", disse Leão, ao responder uma pergunta sobre um possível novo abalo na tumultuada relação com a diretoria do clube.
O treinador antecipou que deve fazer mudanças no time que vai enfrentar o Goiás, quarta-feira, no Estádio Serra Dourada, na definição de uma vaga nas semifinais da Copa do Brasil. No jogo de ida, houve vitória de 2 a 0 para os são-paulinos.
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"Se existe uma repetição de erros, tentamos corrigir. Às vezes você não consegue corrigir com as mesmas pessoas. Alertamos, mas se o alerta não adianta, você tem que buscar alternativas", disse Leão, em clara demonstração de irritação com alguns atletas.
Duas mudanças são obrigatórias: o zagueiro Paulo Miranda e o volante Denilson cumprem suspensão. Outras serão por questões táticas. "Temos algumas dificuldades. O Casemiro não é um supervolante marcador, gosta de ir à frente, mas ele vai atuar no lugar do Denilson. Na zaga existe a chance de uma mudança tática", adiantou o treinador.
Leão estava especialmente aborrecido por perder para um time que não julga capaz de suplantar o seu na disputa pelo título brasileiro. Na realidade, o técnico não escolheu palavras para definir a sensação após a derrota. "Esse resultado é muito difícil de digerir, principalmente quando você tem absoluta certeza de que o seu adversário é inferior. No dia que o Botafogo homenageou o Nilton Santos, homenageamos o Botafogo", ironizou.
Mesmo assim, Leão não concordou com a opinião do meia Lucas, que disse na saída de campo que o São Paulo se acomodou com a vitória parcial do primeiro tempo. "Poderia usar tais palavras como desculpa. Mas não foi assim. Poderíamos ter feito dois ou três gols no primeiro tempo", argumentou o treinador.
Ele estava mais propenso a concordar com o atacante Luis Fabiano, que pediu uma equipe mais "cascuda" quando estiver à frente do marcador. "Cascudo é simplificar o jogo, não querer inventar. No quarto gol, um volante técnico (Maicon) tentou sair driblando e perdeu a bola", criticou Leão, que evitou depositar a culpa na defesa pelos quatro gols sofridos.
Leão destacou que dois deles se originaram em bolas paradas e elogiou o atacante botafoguense Herrera no primeiro gol, isentando a dupla de zagueiros Paulo Miranda e Rhodolfo. No entanto, o técnico não acredita que a derrota sofrida vá abalar os jogadores para a disputa contra o Goiás. "O desagradável e o bom do futebol é isso. Quarta-feira já temos a chance de nos recuperar."