O presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, rebateu com comunicado na noite desta segunda-feira as críticas recebidas pelo empresário Abílio Diniz. O dirigente do clube do Morumbi enviou aos conselheiros carta em que nega existir falta de cooperação na diretoria para colaborar com as duas auditorias pagas por Diniz para verificar a situação do São Paulo.
No texto, obtido pela reportagem do jornal Estado de S. Paulo, Leco ressalta que em cem dias de gestão, tem promovido medidas para sanear as finanças e dar mais transparência ao São Paulo, com a redução de custos e revisão de contratos. "São desprovidas de fundamento, portanto, as ilações de que o departamento de futebol estaria dificultando um trabalho que é do nosso total interesse", escreveu o presidente.
Na última semana, Diniz publicou um texto em seu blog no portal UOL em que criticava o andamento no trabalho das duas auditorias pagas por ele para analisar as finanças e o futebol do São Paulo, a PricewaterhouseCoopers (PwC) e a McKinsey. O empresário afirmou que ambas "não conseguem informação nem espaço para trabalhar no futebol" e disse que os atuais dirigentes não davam abertura para o trabalho.
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Leco explicou na carta aos conselheiros que o problema não tem ocorrido. "Fui informado pelos dirigentes da área, o vice-presidente Ataíde Gil Guerreiro, o diretor Rubens Moreno, e o gerente-executivo de futebol Gustavo Vieira de Oliveira, de que todos os documentos solicitados foram e continuam sendo postos à disposição dos auditores. Essa é a minha orientação e assim será feito", escreveu.
A reportagem apurou que a relação entre o presidente do clube e Abílio Diniz tem se deteriorado nos últimos dias. O centro desta tensão é Milton Cruz, ex-coordenador técnico do clube e amigo do empresário. Cruz é funcionário do clube desde 1994 e no começo deste ano foi transferido para comandar um novo departamento de estatísticas, função que no entender de pessoas próximas, o afastou das decisões do futebol. Diniz é membro do conselho fiscal do clube e costuma participar das reuniões do Conselho Deliberativo.
"Não ficaremos inertes nem calados diante de tentativas de tumultuar o ambiente político do clube (pois é disso, afinal, que se trata) em nome de interesses muitas vezes particulares ou mesquinhos que se escondem por trás de vaidades mal administradas. O São Paulo realmente não tem dono, mas tem, sim, um Presidente legitimamente constituído pelo voto", afirmou Leco na carta.