Em uma Copa América de imenso favoritismo para o Brasil na fase de grupos, a maior ameaça para o técnico Tite neste início de torneio são as lesões no elenco. Prestes a fazer o segundo jogo pela competição, terça-feira, contra a Venezuela, em Salvador, o elenco ainda não se livrou de preocupações e mal tem conseguido contar com os 23 atletas convocados para os treinamentos.
A preparação para o torneio começou na Granja Comary, em 22 de maio, e desde então os problemas físicos e lesões afetaram seis jogadores. A situação mais grave foi com Neymar, cortado após romper os ligamentos do tornozelo direito durante amistoso com o Catar.
Tite teve dores de cabeça com mais outros convocados. Thiago Silva e Fagner se apresentaram em fase final de recuperação de lesões, Éder Militão deixou o treino de sábado com problema no quadril e Arthur sofreu com dores no joelho e perdeu a estreia. Por fim, Ederson continua fora com lesão na panturrilha direita.
Leia mais:
Pablo Maia, do São Paulo, cancela férias para abrir 2025 recuperado
Qual a nova geografia do Brasileirão, com paulistas em peso, recordes e ausências
Palmeiras tem caminhos definidos por futuro de três atletas
Leila quebra protocolo e 'enquadra' elenco em vestiário do Palmeiras
A sequência de problemas, como lesões e apresentação tardia de convocados, levou Tite a só conseguir uma vez reunir os 23 convocados para uma atividade. Na quarta-feira da semana passada, no Pacaembu, todos os jogadores estiveram no gramado, porém com uma ressalva. Naquela tarde, o volante Arthur trabalhou separado dos demais colegas, pois ainda se recuperava do problema que o tiraria também do jogo de abertura da Copa América, contra a Bolívia.
Embora o treino de domingo, no Barradão, tenha mostrado boas notícias, o temor de novos desfalques permanece na seleção brasileira. Arthur está recuperado e retomou a vaga de titular como substituto de Fernandinho para o jogo com a Venezuela. Militão também foi liberado pelo departamento médico e realizou normalmente a atividade.
Segundo o lateral-direito e capitão Daniel Alves, o risco de lesão é um fantasma presente na seleção brasileira. "Nossa profissão é de risco. A gente não pode prever esse tipo de problema. Não se pode fazer um treino mais leve para evitar se machucar. Se você não der seu melhor, pode ficar fora de alguma forma", afirmou.
O próprio jogador protagonizou no ano passado um problema que muito atormentou Tite durante a Copa do Mundo da Rússia. Daniel Alves machucou o joelho direito às vésperas da viagem à Rússia e perdeu a chance de disputar o torneio.
No ano passado, Neymar jogou a competição abaixo das condições ideais depois de sofrer fratura no pé direito, Danilo começou a Copa como titular, para depois se machucar e não voltar mais ao time. Jogadores como Renato Augusto e Douglas Costa também sofreram com problemas físicos na Rússia.
Os atletas admitem o risco de a qualquer momento se transformarem de titulares em desfalques. Como a competição já iniciou, a seleção brasileira não pode mais fazer trocas na inscrição em caso de lesão. "Nosso compromisso é se entregar 100%. Se por acaso tiver alguma lesão, é porque não era a nossa hora, não era para acontecer. Eu passei por isso ano passado", disse Daniel Alves.