A polêmica envolvendo o atacante ucraniano Roman Zozulya na Espanha ganhou contornos internacionais nesta terça-feira. O jogador foi motivo de uma reunião do embaixador da Ucrânia na Espanha com a direção da Liga Espanhola, que pediu apoio do governo local ao jogador acusado de ser neonazista.
A polêmica teve início no mês passado, quando o Betis emprestou o jogador ao Rayo Vallecano, atualmente na segunda divisão espanhola. Torcedores do Rayo, contudo, não aprovaram a contratação e protestaram nas redes sociais alegando que Zozulya teria ligação com grupos de extrema-direita.
O principal alvo da torcida foi uma foto do jogador com uma camisa com um brasão de armas, considerado por muitos bastante similar ao de um grupo paramilitar ucraniano de extrema-direita. E o Rayo Vallecano é um clube conhecido pelo engajamento político e social de torcedores, que se indignaram pela suposta ligação do jogador com esse grupo.
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Os protestos foram tantos, na negociação e também na chegada do jogador ao clube, que o Rayo acabou cancelando o acerto. E o atacante acabou voltando ao Betis, ao qual chegou no início da temporada 2016/2017 - embora tenha sido parte do grupo da seleção ucraniana que participou da Eurocopa, vinha sendo pouco aproveitado, tendo participado de apenas seis jogos.
A situação ganha agora novas proporções com a demonstração de preocupação da Embaixada da Ucrânia na Espanha. Nesta terça, o embaixador Anatoliy Scherba se reuniu com o presidente da Liga Espanhola, Javier Tebas, para discutir o assunto. Ao fim do encontro, a Liga emitiu comunicado no qual pedia o apoio do governo espanhol ao jogador de futebol, alegando que ele "tem direito de trabalhar".
O cancelamento do acerto com o Rayo deixou Zozulya em situação complicada porque aconteceu justamente quando fechava a janela de transferências internacionais. Assim, o ucraniano não pode voltar a jogar pelo Betis, tampouco pelo Rayo. Tecnicamente, ele só poderia jogar por um outro clube europeu na próxima janela, em julho.