Bombardeada com uma série de denúncias sobre uma possível escalação irregular premeditada no "Caso Héverton", a Portuguesa pronunciou-se de forma oficial nesta quarta-feira. Através de uma nota assinada pelo vice-presidente de comunicações Luiz Teixeira Gonçalves Filho, a Lusa divulgou que iniciará uma auditoria minuciosa dos últimos seis anos na busca de possíveis irregularidades.
O período contempla o primeiro ano de mandato do atual presidente Ilídio Lico e mais cinco do antecessor Manuel Da Lupa. Será contratada uma empresa em consenso com dirigentes e conselheiros.
De acordo com a nota oficial, esta empresa estará comprometida com as revisões contábeis, fiscais, trabalhistas e previdenciárias. "Não se trata de buscar culpados [...] O objetivo é fazer um completo diagnóstico da Portuguesa, passando o clube a limpo", diz a nota.
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A temporada 2014 da Portuguesa tornou-se um verdadeiro inferno astral. Depois de ser rebaixada no "tapetão" por conta do "Caso Héverton", o clube iniciou a Série B com polêmica. Alegando ter um ofício em mãos, que a garantia na elite, a Lusa recuou-se a entrar em campo na estreia com o Joinville. Depois, o time perderia por W.O.
Enquanto em campo era rebaixada na Série B, a Lusa foi surpreendida com um inquérito civil do Ministério Público de São Paulo. O MP concluiu que Héverton foi escalado de forma premeditada em partida diante do Grêmio, no Canindé, após funcionários da Portuguesa terem recebido vantagens financeiras. Em 2013, com a irregularidade, o time foi punido com a perda de quatro pontos e acabou rebaixada para a Série B - na semana passada, faltando cinco rodadas para o fim do torneio, o clube caiu novamente, agora para a Série C.
Na quarta-feira passada, o promotor Roberto Senise Lisboa revelou que o ex-presidente Manuel da Lupa, o advogado Valdir Rocha e o ex-vice-presidente de futebol, Roberto dos Santos, além de outros dois funcionários, foram os possíveis responsáveis pela omissão dos dados sobre a suspensão de Héverton. Senise reafirmou que os indícios apontam para um erro proposital.
O próximo desafio das investigações é descobrir movimentações financeiras que concretizem a fraude. Para isso, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) quebrou o sigilo bancário de funcionários da Portuguesa. O MP reiterou que o clube figura como uma das vítimas do inquérito civil e que a Portuguesa não está sendo investigada.
Beneficiados pela queda da Lusa, Flamengo e Fluminense estão sendo apontados como possíveis clubes que poderiam ter oferecido dinheiro ao time paulista, mas ambos negam de forma veemente qualquer envolvimento neste caso. O STJD afirmou que só irá tomar medidas quando o inquérito for concluído, mas já adiantou que ninguém será punido com rebaixamento.