"Não nasci sabendo jogar basquete e aprendi." Com essa declaração, a ex-jogadora Paula assumiu nesta sexta a Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento do governo Lula.
A ex-jogadora reconhece, por meio de experiências anteriores, que os primeiros momentos diante de um novo projeto, como o que terá agora no Ministério do Esporte, podem ser difíceis.
"Quando assumi o Centro Olímpico [de São Paulo, em 2001], três ou quatro meses depois de fazê-lo, um membro das câmaras setoriais do PT enviou carta para a [secretária de Esporte de São Paulo] Nádia Campeão dizendo que eu não estava à altura do cargo que ocupava."
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"Só que deixei o posto voluntariamente, o que mostra que, no fim, ficaram satisfeitos com o trabalho", afirmou Paula, substituída em São Paulo por Ana Moser.
No início da semana, Paula, que nesta sexta cuidava de sua mudança para Brasília, reconheceu que os quadros de sua secretaria não estavam preenchidos e que ainda teria de travar contato com sua equipe de trabalho.
Ela também teria de indicar um dirigente para a pasta dos esportes paraolímpicos. Resolveu consultar Lars Grael, ex-secretário nacional de Esporte do governo FHC, antes de fazê-lo.
No ministério, uma de suas idéias é criar canais de comunicação entre os atletas de alto rendimento e a iniciativa privada. Ela acha que os esportistas não podem ficar dependentes apenas de verbas governamentais.
Num de seus primeiros depoimentos, criticou a forma como são utilizados os recursos da Lei Piva. Acha que eles deveriam ser mais usados para o desenvolvimento de atletas e não só para pagar viagens e estadia.
No ano passado, o Comitê Olímpico Brasileiro recebeu R$ 43,2 milhões das loterias. Repassou R$ 19,1 milhões às confederações, usou R$ 11 milhões para se manter e realizar eventos esportivos, entre outros, pôs R$ 2,5 milhões num fundo de reservas e investiu R$ 10,6 milhões nos Jogos Sul-Americanos, no Brasil.