Um dos maiores ídolos do Boca Juniors em todos os tempos, o meia Riquelme está deixando o futebol. Aos 36 anos, ele anunciou na noite de domingo sua aposentadoria, após atuar pelo Argentinos Juniors nos últimos seis meses e ajudar o tradicional clube a voltar à primeira divisão da Argentina ao fim do ano passado.
"Para mim é um dia muito especial, porque decidi não jogar mais futebol", declarou o jogador em entrevista à ESPN argentina. "Depois de analisar as coisas, logo após ascender com o Argentinos, tinha claro que para seguir jogando bola teria que haver algo que me motivasse", alegou.
Riquelme admitiu que ainda não sabe o que fará no futuro, e afirmou que no momento pensa apenas em curtir o tempo com seus filhos. "Não tenho claro se farei algo a ver com o futebol. Vou desfrutar dos meus filhos e das coisas que gosto de fazer, como levar o Agustín para ver um Real Madrid x Barcelona. Logo pensarei em uma partida de despedida."
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O agora ex-jogador, no entanto, garantiu que abandona a carreira realizado, principalmente por seus anos de ouro no Boca Juniors e por sua reta final ajudando o Argentinos Juniors, clube onde foi formado. "Logo após ajudar a gente do Argentinos e cumprir todos meus sonhos com o Boca, tomei com calma a decisão", disse.
Formado na base do Argentinos Juniors, Riquelme chegou ao Boca Juniors ainda muito jovem, considerado por muitos o "novo Maradona". Se não alcançou o patamar do maior ídolo argentino em todos os tempos, fez história no clube e também ganhou a idolatria da torcida, principalmente por sua primeira passagem. De 1996 a 2002, conquistou duas Libertadores, um Mundial e três títulos argentinos.
Negociado com o Barcelona, chegou à Espanha com a expectativa de se tornar um dos melhores do mundo, mas fracassou na Catalunha. Após uma temporada, foi negociado com o Villarreal, onde voltou a viver seus melhores dias. Em 2007, voltou ao Boca para conquistar mais uma Libertadores e dois títulos argentinos. Sua trajetória pelo clube se encerrou no meio do ano passado.
Um dos motivos dados por Riquelme para encerrar a carreira, aliás, foi justamente o fato de ter conseguido o acesso com o Argentinos Juniors. Ele alegou que não poderia enfrentar o Boca, seu time de coração. "Não posso jogar contra o Boca. Tenho um sentimento especial. No país, não posso usar outra camisa."
Riquelme deixa o futebol deixando a sensação de que poderia ter ido além, tamanha sua técnica, já que não estourou como era esperado na Europa nem na seleção. Pela Argentina, disputou somente uma Copa do Mundo, em 2006, caindo nas quartas de final para a Alemanha. Seu auge vestindo as cores do país foi a Olimpíada de 2008, em Pequim, quando liderou o time ao ouro.
No total, foram 148 gols pelos clubes onde passou, além de 17 pela seleção principal. E o meia garante deixar o futebol feliz com o que realizou na carreira. "Tentei dar tudo aos clubes por onde passei, à seleção, e estou muito contente olhando para atrás por tudo que joguei."