Uma documento do Ministério da Saúde deu parecer favorável à volta das atividades do futebol no país, mas apresentou uma série de ressalvas ao guia de sugestões protetivas submetido pela CBF para análise do órgão do governo federal.
A pasta argumenta que a atividade é "relevante no contexto brasileiro e que sua retomada [com portões fechados] pode contribuir para as medidas de redução do deslocamento social através da teletransmissão dos jogos para domicílio", conforme o parecer publicado inicialmente pelo site Globoesporte.com.
Ao longo do documento, o ministério cita pontos que considerou insatisfatórios no guia da CBF para que o futebol possa retomar suas atividades em meio à pandemia do coronavírus.
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O órgão sugere que a confederação "garanta a realização dos testes e avaliações constantes não apenas nos atletas, mas também que seja ofertado aos membros das comissões técnicas, funcionários e colaboradores, assim como aos respectivos familiares e contactantes próximos".
Questiona também o fato de que, "na proposta apresentada, não fica evidenciado onde serão realizados os testes, periodicidade e critérios de retestagem, e como serão assistidos caso o diagnóstico dos atletas seja positivo".
Outro problema relacionado aos exames, segundo a pasta, é que no momento "a disponibilização de testes rápidos no sistema de saúde encontra-se saturado diante das necessidades da população brasileira".
O Ministério da Saúde pede que a CBF desenvolva um plano mais elaborado, envolvendo outros órgãos governamentais e da sociedade civil, e detalhe as medidas de saúde, segurança e higiene que serão adotadas.
O parecer destacou ainda que a decisão sobre o retorno de uma atividade específica caberá às autoridades locais.
"Somente com base na análise de risco da secretaria municipal é possível saber em quem momento cada fase pode ser adotada em cada município. O Ministério da Saúde não determinou e nem determinará fechamento ou abertura de qualquer atividade. Essa é uma decisão que cabe ao gestor local", afirma.
A análise foi publicada no mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que tanto o Ministério da Saúde quanto a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) deveriam publicar recomendações para que os jogos voltem a ocorrer, desde que sejam disputados sem a presença de torcida.
Bolsonaro tem se manifestado de forma favorável ao retorno do futebol e minimizou os impactos que a Covid-19 pode ocasionar na saúde dos atletas.
"Não sou eu que vou abrir ou não o futebol. No momento, existe muita gente do meio futebolístico que entende, que é favorável à volta. Porque o desemprego está batendo à porta dos clubes também. E com a idade jovem do jogador, caso seja acometido pelo vírus, a chance de ele partir para a letalidade é infinitamente pequena. Até pelo estado físico, pela rigidez do atleta", declarou na quinta, em entrevista à rádio Guaíba.
Procurada para comentar, a CBF não se manifestou até a publicação deste texto.