O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou que deseja 'estatizar' o futebol do país diante do mau desempenho da seleção boliviana, que ficará de fora da Copa do Mundo de 2010 na África do Sul.
"O futebol tem um caráter autônomo, mas tem que ser estatizado para ter uma representação digna", disse Morales depois que a equipe da Bolívia perdeu para a do Equador por 3 a 1.
"Lamentamos o desempenho da nossa seleção nas eliminatórias. Até agora (o futebol) é uma entidade privada, autônoma, dirigida por personalidades do esporte, mas não traz resultados", disse o presidente boliviano.
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Embora não tenha dado mais detalhes, Morales reconheceu que "não se pode falar em intervenção" porque a Fifa (órgão supervisor do futebol mundial) proíbe que os governos interfiram em assuntos desportivos.
Amor ao futebol
A correspondente da BBC Mundo na capital boliviana, La Paz, Mery Vaca, disse que depois da nacionalização de empresas do setor de hidrocarbonetos em 2006, Morales vem manifestando intenção de estatizar áreas que, no seu entender, não funcionam como deveriam.
Morales gosta de futebol e disputa partidas amistosas quando pode.
A proposta do presidente abriu um debate nacional sobre o que se deve fazer para melhorar o desempenho do futebol boliviano.
O vice-ministro dos Esportes, o ex-jogador e ex-treinador Víctor Barrientos, disse que o problema do esporte no país é que ele tem "três cabeças que não querem se olhar entre si". A referência foi à Liga de Profissional do Futebol Boliviano, à Associação Nacional de Futebol e à Federação Boliviana de Futebol.
A Bolívia só se qualificou uma vez para uma Copa do Mundo - foi a de 94 nos Estados Unidos. Desde 1997, quando ficou em segundo lugar na Copa América, a seleção boliviana não obteve bons resultados em torneios internacionais.