O jogador Neymar e o pai dele estão sendo investigados pela Receita Federal e pelo Ministério Público Federal por suspeita de sonegação fiscal e falsidade ideológica. De acordo com a Revista Época, o Fisco já decretou o arrolamento de bens do craque brasileiro no processo número 15983.720066/2015-65, uma representação fiscal para fins penais.
Com o arrolamento, os auditores identificam o patrimônio e relacionam o que poderia ser usado para pagamento de dívida com a Receita. Segundo a Época, o Ministério Público Federal deverá, nas próximas semanas, apresentar denúncia criminal contra o pai de Neymar e empresas envolvidas na venda do ídolo ao Barcelona. O procurador da República Thiago Nobre Lacerda, de Santos, investiga como foi feita a negociação com o clube catalão.
Em maio de 2013, o Barcelona anunciou ter contratado Neymar por cinco anos, por 57 milhões de euros (R$ 188,5 milhões) - bem menos que os 150 milhões de euros oferecidos pelo Real Madrid. O Ministério Público da Espanha concluiu que Neymar, na verdade, custou 66% a mais do que fora anunciado - 86,2 milhões de euros (R$ 284,5 milhões). Após o escândalo, o então presidente do clube, Sandro Rosell, renunciou ao cargo em janeiro de 2014. Ele é suspeito de manter uma sociedade oculta com Ricardo Teixeira.
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Há três semanas, a Justiça espanhola levou Sandro Rosell ao banco dos réus, bem como Josep Maria Bartomeu, presidente do Barcelona, e o próprio clube catalão. A Revista Época informou que, segundo os promotores espanhóis, houve sonegação fiscal de 13 milhões de euros (R$ 44,3 milhões, em valores atuais) na contratação de Neymar.A promotoria pede sete anos e seis meses de prisão para Rosell e dois anos e três meses para Bartomeu, além de multas para ambos e para o clube.
No Brasil, as investigações na Receita começaram no dia 6 de março do ano passado, quando auditores pediram explicações à N & N Consultoria Esportiva e Empresarial, cujos sócios são os pais de Neymar, sobre uma movimentação atípica da empresa: R$ 115 milhões entre 2011 e 2014.
O Ministério Público Federal deve oferecer duas denúncias: uma por falsidade ideológica, devido à suspeita de adulteração de documentos oficiais, e outra relacionada a crimes financeiros e tributários. O MPF também investiga um acordo de R$ 6,6 milhões firmado entre a N & N e o Barcelona para, supostamente, monitorar revelações das categorias de base. Os investigadores suspeitam que os serviços nunca foram prestados. Da mesma forma, estão sendo rastreados os R$ 8,2 milhões que teriam sido destinados, no papel, à fundação de Neymar.
A Época também destaca que, além da investigação da Receita e do MPF, o Santos entrou com representação na Corte Arbitral da Fifa, no dia 28 de maio, contra Neymar, o pai do atacante, a empresa Neymar Sports e Marketing e o Barcelona. O clube diz que foi prejudicado com a transação de Neymar com os catalães e que deveria receber um valor maior pela negociação.
O Grupo DIS, que detinha 40% dos direitos do craque, e a Teisa, dona de 5% dos direitos do atleta, também recorreram pedindo acesso aos documentos da transferência de Neymar para o Barcelona. Neymar está sob vigilância por todos os lados.