Cada vez mais a história centenária do Santos ganha a marca de Neymar. Neste domingo, o craque fez dois gols na vitória por 3 a 0 sobre o Guarani, no Morumbi, chegou aos 104 gols com a camisa alvinegra, e se igualou a João Paulo e Serginho Chulapa como maior artilheiro da era pós-Pelé no Santos. Também deixou o time muito perto de faturar o tricampeonato paulista, o terceiro sob seu comando. Paulo Henrique Ganso, outro craque da campanha, foi quem abriu o placar.
O Guarani até jogou de igual para igual a partida no Morumbi, acertou uma bola na trave (como o Santos), mas não tinha um diferencial, alguém que desequilibrasse - como Ganso e Neymar. Agora, vai ter que vencer por quatro gols no jogo de volta, domingo que vem, mais uma vez no Morumbi, para ficar com seu primeiro título paulista. Vitória por três gols leva a decisão para os pênaltis.
O JOGO - Mal a partida começou e o Santos mostrava duas de suas principais armas. Com um minuto, Neymar foi driblando quem aparecia pela frente até ser derrubado na entrada da área. Elano bateu a falta encobrindo a barreira e carimbou o travessão. Emerson já estava batido.
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Depois disso, o futebol do Santos parou por mais de meia hora. O Guarani jogava de igual para igual e quase abriu o placar aos 16 minutos, quando Medina, substituto de Fumagalli, recebeu na área, livre, mas chutou mal.
Até os 42 minutos, a única boa notícia para o Santos foi a lesão de Neto, que deu lugar a André Leone. Mas aí Paulo Henrique Ganso resolveu. Neymar fez jogada pela direita e tocou para Arouca no meia-lua. O volante fez o corta-luz e Ganso, vindo de trás, bateu com o peito do pé, sem chances para Emerson. O craque comemorou imitando um maestro.
A segunda etapa começou parecida. Ela também logo teve bola na trave, mas na do Santos. Bruno Recife chutou cruzado, Aranha desviou com a ponta dos dedos e a bola foi na trave esquerda santista. E também teve Elano cobrando falta com perfeição, sobre a barreira. Emerson fez defesa milagrosa.
O Guarani novamente equilibrou o jogo no meio-campo, mas desta vez o gol do Santos saiu mais cedo, aos 19. Elano tocou, Ganso recebeu, passou por um marcador, saiu na cara de Emerson, e também tentou o drible. O goleiro foi bem, mas Neymar melhor ainda. O craque estava esperto no rebote, bateu para o gol vazio e fez 2 a 0.
Já pensando no jogo de volta contra o Bolívar, pelas oitavas de final da Copa Libertadores, quinta-feira, na Vila Belmiro, o Santos passou a segurar o resultado, permitindo que o Guarani passasse a jogar melhor.
Grandes emoções só quando Neymar deu uma carretilha para chapelar Bruno Peres. Domingos tentou cortar e acertou um chutão no companheiro. Neymar pegou a bola de volta, dançou na frente do zagueiro e fez graça ao tocar para Elano - e olhar para o lado contrário. Domingos claramente não gostou.
Mas tinha mais. Aos 46, Neymar recebeu na área, matou no peito, tirou de André Leone, cortou Domingos e bateu para fechar a contagem. Na comemoração, imitou Serginho Chulapa. Uma homenagem ao atacante que logo deixará de ser o maior artilheiro da era pós-Pelé no Santos. Na saída do campo, ganhou um afago de Domingos.
Na partida decisiva do Campeonato Paulista, domingo que vem, o Santos não vai ter Adriano, que recebeu seu terceiro cartão amarelo ainda no primeiro tempo, e cumprirá suspensão.