Novo foco de tensão entre os blocos de situação e oposição no São Paulo, o contrato de cobertura do Morumbi não foi votado na última terça-feira depois do grupo contrário ao presidente Juvenal Juvêncio, liderado por Kalil Rocha Abdalla e Marco Aurélio Cunha, não se apresentar na reunião que trataria do tema e causar o cancelamento por falta de quórum.
O movimento de oposição denominado "SPFC Forte" encaminhou uma nota explicando os motivos para ter barrado a reunião de terça-feira e voltou a criticar a falta de informações precisas sobre os contratos para as obras no Morumbi. No documento, o grupo também cobra transparência da atual diretoria e do presidente Juvenal Juvêncio.
Anunciado com estardalhaço por Juvenal Juvêncio no fim de 2011, o projeto de modernização do Morumbi é visto pelo presidente como seu maior legado - ele luta com todas as forças para dar início às obras antes de sua saída do cargo, em abril de 2014. Originalmente orçada em R$300 milhões, a reforma já foi reajustada para R$ 408 milhões.
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Ainda na terça-feira, após o fracasso na tentativa de votação do projeto no Conselho Deliberativo, o aliados do presidente Juvenal Juvêncio explicaram que a proibição de mostrar os contratos partiu da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que, por lei, não podia divulgar os investidores para evitar favorecimentos no mercado de ações.
Leia abaixo a íntegra da nota oficial:
"O #SPFCforte vem esclarecer aos sócios e torcedores os motivos que levaram o grupo a se abster da votação, ontem, no Conselho Deliberativo, para aprovação da obra de cobertura do Estádio do Morumbi.
Entendemos que a obra referida é a mais importante da história do clube desde a inauguração do estádio e, por isso, merece total atenção para não seguirmos os recentes exemplos de desgaste na relação entre clube e construtora.
O #SPFCforte, formado por conselheiros vitalícios e eleitos, reconhece que essa é uma obra de suma importância para equiparar o estádio às arenas modernas que virão. Nosso ponto divergente tem total relação a um dos princípios que seguimos: a transparência.
Os conselheiros não tiveram acesso a algumas cláusulas de um contrato longo, dividido em quatro partes com mais de 1.200 páginas. Nosso candidato à presidência, Kalil Rocha Abdalla, solicitou por diversas vezes que o contrato fosse disponibilizado em sua totalidade, mas os situacionistas nos privaram desse direito, que por sua vez é soberano estatutariamente. Nosso corpo jurídico não teve acesso as tais ''cláusulas de confidencialidade'', denominada assim pela situação, nem mesmo o Dr. Kalil Rocha Abdalla, ex-diretor jurídico do clube.
O que o grupo #SPFCforte fez ontem foi se abster de votar porque o contrato não foi submetido ao Conselho Deliberativo. Basta verificar todas as atas para ver que não houve aprovação do Conselho Consultivo.
Queremos um São Paulo forte, pra isso temos que retomar a relevância, a autonomia e a soberania do Conselho Deliberativo nas discussões de interesse do clube.
Atenciosamente,
Grupo #SPFCforte"