O primeiro teste para a contenção da violência nos estádios do Paraná será realizado hoje, em Curitiba, antes da partida entre os Atléticos Paranaense e Mineiro, pela Copa Sul Minas. Os torcedores estão proibidos de usarem camisetas de torcidas organizadas, bandeiras de torcidas ou faixas que as identifiquem. Grupos policiais vão bloquear as estradas que dão acesso ao Paraná para evitar que os torcedores do Atlético Mineiro cheguem a Curitiba portando materiais proibidos ou com sinais de embriaguez.
As medidas tomadas pela Secretaria de Segurança após os incidentes ocorridos no Atletiba da semana passada, em que ocorreram brigas e depredações, já estão provocando a revolta das torcidas organizadas. O diretor da Galoucura (uma das mais tradicionais de Minas Gerais), Fernando Magalhães, disse que proibições similares foram adotadas em São Paulo e não trouxeram paz nos estádios. "Não adianta nada isto. Tende apenas a piorar a situação de violência. Existe uma censura das atividades das torcidas e ninguém gosta de ser censurado", argumentou ele. A Galoucura vai chegar em Curitiba por volta das 14 horas, com dois ônibus. A previsão é a de que 200 dos 30 mil associados compareçam ao jogo.
O presidente da Torcida Os Fanáticos, Júlio Cesar Sabota, concordou em seguir todas as determinações elencadas pelas polícias civil e militar. Mas admitiu que isto representa o fim das torcidas organizadas de Curitiba. "Isto não é bom para a gente, é uma forma de castigo. O que vai complicar é a distribuição do nosso material. Sobrevivemos com isto", afirmou ele, ao dizer que as despesas fixas da sede da Fanáticos giram em torno de R$ 800,00. A única fonte de renda é a venda das camisetas. "Se não entrar dinheiro, a torcida acaba. Este é o primeiro passo para a extinção da torcida organizada", disse.
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O vice-presidente da Império Alviverde, Luiz Fernando Correa, não concorda com nenhuma das medidas propostas. Para ele, estas medidas são punitivas e não corretivas. "Sem um comando, os torcedores ficam mais agressivos", disse ele, ao comentar sobre a possibilidade das torcidas organizadas serem extintas. Ele comentou que a Império também sobrevive com a venda de camisetas e chaveiros da torcida organizada. "Vai ficar inviável para as torcidas", argumentou ele, admitindo a possibilidade de aplicação das medidas apenas em clássicos.
Além da proibição de material de torcidas, a resolução da Sesp prevê a proibição de consumo de bebidas destiladas dentro dos estádios e a venda por parte do comércio ou ambulantes num raio de 200 metros de distância do estádio.
As torcidas organizadas do Malutrom e Paraná Clube terão encontro hoje com as polícias civil e militar. Todas as torcidas terão até sexta-feira para apresentarem uma lista com os nomes, endereços e características de todos os filiados. A lista será analisada pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope).