Depois de muita polêmica nos bastidores, idas e vindas, Palmeiras e Corinthians fazem neste domingo, às 17 horas, o primeiro clássico do novo estádio alviverde, o Allianz Parque. A confirmação da realização da partida válida pela terceira rodada do Campeonato Paulista só saiu às 19h16 de sexta-feira, após a Federação Paulista de Futebol (FPF) autorizar a venda de ingressos para os corintianos. Sem a presença da sua torcida, o clube alvinegro ameaçava não entrar em campo e perder por W.O..
O anúncio da FPF, no entanto, veio apenas depois que o Corinthians entrou na Justiça e obteve parecer favorável à entrada dos seus torcedores no estádio neste domingo. Contrariada, a diretoria do Palmeiras, então, resolveu repassar a carga de 1.800 ingressos para o arquirrival.
O tema torcida única em clássicos opõe os dois clubes desde 2013 e na última semana foi parar na Justiça por causa do novo estádio do Palmeiras. O presidente do time alviverde, Paulo Nobre, defende a ideia de vetar torcedores da equipe visitante há mais de dois anos e alega que essa é a melhor solução para conter escalada de violência no futebol. Do lado do Corinthians, o agora ex-presidente Mário Gobbi é contra a proposta. Para o dirigente, a mudança no sistema de distribuição de ingressos em clássico deve ser discutida pelos clubes, Federação Paulista, CBF, Ministério Público e até Conmebol.
Leia mais:
Palmeiras supera maior vilão da temporada
Herói do Flamengo é de Mandaguari, homem de confiança de Filipe Luís e é fã de Arrasca
Ratinho flagra produção assistindo jogo da seleção brasileira na Globo
Flamengo é salvo pela base, vence Cuiabá e segue com sonho do título
Inaugurado em novembro do ano passado, a arena alviverde ainda está incompleta. Em vários setores as obras não foram concluídas, entre eles o destinado à torcida visitante.
Ao presidente do Corinthians, Nobre teria confidenciado que o novo estádio não foi planejado para receber uma grande quantidade de torcedores de outros times. Para o jogo deste domingo, o clube teria de isolar uma área onde cabem 12 mil cadeiras para evitar que corintianos e palmeirenses tivessem algum tipo de contato.
Para o duelo deverão ser instaladas divisórias provisórias no setor destinado à torcida visitante - não há previsão de quando as estruturas fixas serão colocadas. Também deverão ser instaladas barreiras móveis, que mudarão de acordo com o número de torcedores visitantes que o estádio receber.
A Polícia Militar vai reforçar o número de homens dentro e fora do estádio a fim de evitar confrontos entre torcedores. Apesar de considerar a partida de alto risco, a corporação não era favorável à torcida única. A PM alega que tem condições de garantir a segurança dos torcedores que forem à arena.
Como o seu novo estádio não tem alambrado, o Palmeiras vai reforçar o número de seguranças para tentar evitar invasões ao gramado. Deverá ser adotado esquema semelhante ao da última rodada do Campeonato Brasileiro do ano passado, quando o Palmeiras recebeu o Atlético Paranaense e corria risco de ser rebaixado. Naquela partida, o temor do clube e da PM não era com possíveis confrontos entre torcedores rivais, mas sim com a revolta dos palmeirenses em caso de nova queda à Série B.
QUEDA DE BRAÇO - Em seu último ato como presidente do Corinthians, Mário Gobbi obteve uma importante vitória nos bastidores ao conseguir que a sua vontade prevalecesse. Saíram derrotados Paulo Nobre, o vice-presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, e os promotores Roberto Senise e Paulo Castilho, mentores da ideia de torcida única no clássico.
Responsável por negociar com os clubes, Bastos é acusado de ter não ter tido pulso firme para conduzir o caso. A habilidade do futuro presidente da federação (assumirá o cargo em abril quando Marco Polo Del Nero vai para a CBF) para cuidar de temas conflituosos será testada mais uma vez no próximo mês. Está agendado para o dia 25 de março o segundo clássico no novo estádio, desta vez contra o São Paulo.