O Palmeiras entra em campo nesta quarta-feira pela terceira rodada, mas o sentimento é de como se fosse a estreia na Libertadores. O clima entre os jogadores para a partida contra o Tigre, a partir das 19h45, na Argentina, é bem diferente daquele dos últimos dois jogos na competição continental. Os palmeirenses garantem estar mais "calejados" e cientes de que a postura precisa ser bem diferente.
Fora de campo, a insegurança é grande, mas parece contagiar muito mais os torcedores do que os atletas - o Tigre se envolveu em grande confusão com o São Paulo na final da Copa Sul-Americana em dezembro. O discurso é que a preocupação existe apenas pelo que vai acontecer no jogo, já que o time argentino perdeu as duas primeiras partidas e, se não vencer, praticamente estará eliminado da Libertadores.
"Sabemos que eles vão vir com tudo para cima, porque, se perder, a situação fica ainda mais complicada. Temos de aproveitar esse desespero dos caras", alertou o zagueiro e capitão Henrique. Com três pontos, o Palmeiras ocupa a terceira posição no Grupo 2 da Libertadores, atrás de Libertad e Sporting Cristal, que se enfrentam também nesta quarta-feira, no mesmo horário, no Paraguai.
Leia mais:
Botafogo sucumbe à maratona e amarga queda precoce no Mundial
Flamengo quer tirar 'pai de geração do bilhão' do Palmeiras
Como Flamengo planeja transição do futebol a Bap com último ato de Braz
Ex-rivais, Talles Magno cita amizade com Hugo no Corinthians
A conversa do técnico Gilson Kleina com o elenco foi pautada pela tranquilidade. O time precisa saber equilibrar a valentia em campo, sem confundir com violência. "A gente sabe que se perder algum jogador vai ser muito mais difícil. Por isso, temos de ter calma e marcar forte a equipe deles. Eles vão jogar duro, mas nós vamos jogar ainda mais duro", avisou o zagueiro Vilson, que é improvisado como volante.
Com a experiência de ter jogado a Liga dos Campeões, dentre outros torneios importantes na Europa pelo Porto, o atacante Kleber espera ver um Palmeiras mais "malandro" em campo e que entenda melhor o que é jogar uma competição continental. "Tem de dar uma chegada a mais nesses jogos. O futebol brasileiro é diferente do futebol deles. A Libertadores é uma competição mais agressiva. Toda bola eles disputam mais agressivos. Temos de tirar isso de lição", disse o jogador.
Em relação a possíveis problemas extracampo, o presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, conversou com representantes do clube argentino, que lhe garantiram total segurança durante toda a estadia da delegação palmeirense na Argentina. E tanto Gilson Kleina como os dirigentes também tentam evitar o assunto, já que isso poderia atrapalhar ainda mais a concentração da equipe.
Sobre o time, Gilson Kleina deu a entender que Valdivia e Kleber serão titulares, mas não confirmou se joga Maikon Leite ou Vinícius - a tendência é que Vinícius continue. "O Maikon precisa de um campo maior do que estamos vendo aqui. O Tigre joga com três zagueiros e dois volantes muito altos, na bola parada", alertou o treinador, que, assim como aconteceu com o Libertad, está preocupado com a força da bola aérea dos argentinos. Na derrota para os paraguaios, os dois gols saíram em cruzamentos para a área e desvios de cabeça.