A negociação para a venda dos direitos de transmissão de partidas do Campeonato Brasileiro pode colocar mais lenha na fogueira do já quente clima político do Palmeiras. A oposição firmou questão em não aceitar que o clube receba menos do que o Corinthians no acordo que será fechado com uma Rede de TV - muito provavelmente a Globo. "Se isso (ganhar menos) ocorrer, vamos convocar o Conselho Deliberativo e fazer barulho", disse à Agência Estado um conselheiro palmeirense.
É bom, então, a oposição começar a preparar as panelas para bater. A Globo já acertou com o Corinthians o pagamento de R$ 110 milhões pelo triênio 2012-2014 e não está disposta a pagar o mesmo ao Palmeiras. O atual presidente alviverde, Arnaldo Tirone, já sabe disso. Mas não admite para evitar problemas antes do tempo.
Há alguns dias, Tirone encontrou-se com Marcelo Campos Pinto, diretor da Globo Esporte e responsável pela negociação com os clubes. Conversaram e o executivo teria prometido destinar ao Palmeiras o mesmo valor do Corinthians. Porém, as chances de isso ocorrer são reduzidas.
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Na terça-feira, Tirone se reunirá com representantes da TV Record, também disposta a negociar individualmente com os clubes. O encontro não deve resultar em acordo, até porque o Palmeiras é uma das 11 agremiações que já se acertaram com a Globo - até agora, apenas Grêmio e Goiás assinaram com a emissora carioca (os goianos anunciaram o contrato na sexta-feira). Não se sabe quanto o clube receberá, mas é certo que ficará numa faixa abaixo de Corinthians e Flamengo, os dois que proporcionam os maiores índices de audiência.
Briga política
A gritaria que tem sido preparada pela atual oposição está ligada à briga política no Palmeiras. O grupo que assumiu o comando do clube no início do ano tem acusado com frequência a administração anterior, encabeçada por Luiz Gonzaga Belluzzo, de ter comprometido as finanças palmeirenses.
Nos últimos dias, aumentaram os questionamentos em relação ao contrato do clube com a construtora W Torre para a construção da Arena palmeirense (teria pontos desfavoráveis ao clube). Belluzzo contesta e também diz que a discussão dos itens do contrato foi aberta e os conselheiros tiveram acesso ao documento. Por isso, a contestação ao contrato de TV seria uma maneira de os aliados do ex-presidente questionarem a eficiência da administração atual.