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Pagar preparação

Para chegar ao ouro, atleta usou dinheiro de um carro

Redação Bonde
17 jul 2007 às 10:50

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Para chegar à medalha de ouro no tae-kwon-do, a maior conquista brasileira nos primeiros dias dos Jogos Pan-Americanos, Diogo Silva tirou dinheiro do próprio bolso para pegar sua preparação esportiva. No início deste ano, gastou os R$ 5 mil que tinha separado para comprar um carro e precisou comprar uma passagem para viajar à Bélgica e fazer sua preparação para os jogos.

"Por diversas vezes pensei em desistir, porque já não tinha condições de me manter no esporte. Precisei me manter forte, não fraquejar. Essa foi minha maior barreira para chegar até aqui", frisou. Diogo dedicou sua conquista aos companheiros da delegação brasileira de tae-kwon-do, que sofrem com a falta de patrocínio e com o "descaso" da Confederação Brasileira de Tae-Kwon-Do, responsável pela regulação oficial da modalidade e pelos repasses de recursos a atletas.

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"O nosso passado não é muito diferente do nosso presente. A maior dificuldade é financeira. Muitos atletas têm que custear a prática do esporte com o dinheiro do próprio bolso. Espero que, com essas medalhas no Pan [o tae-kwon-do ganhou também uma de prata, com Márcio Wenceslau], a gente consiga atrair mais público e patrocínios", assinalou.

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Na noite de segunda-feira, depois da vitória, ele conta que foi difícil "pregar" o olho para dormir. Colocou a medalha na cabeceira da cama, "para sonhar um pouco", e ficou admirando o brilho do ouro, "meio extasiado". "Pensei na minha mãe, que foi fundamental na minha vida. Pensei, também, que a minha maior vitória é a persistência, por saber que muitos ao meu redor desistiram, caíram, e eu continuo de pé", finalizou.


Com sua cabeleira rastafári, seu sorriso fácil, Diogo Silva vive com R$ 600,00 por mês, pagos pela Confederação Brasileira de Tae-Kwon-Do.

Agência Brasil


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