Coordenador técnico da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2014 e atualmente membro do grupo de estudos técnicos da Fifa, Carlos Alberto Parreira aposta que o Brasil voltará a ter a melhor seleção do mundo. Ao elogiar o "futebol-arte" do País, o ex-treinador também criticou os europeus pela falta de "habilidade" e "criatividade".
"Talvez hoje não estejamos mais no mesmo nível de antes, mas isso é cíclico. Já aconteceu em 1966, 1990, e o Brasil retomou", disse Parreira em entrevista publicada nesta sexta-feira no site oficial da Fifa.
O ex-treinador ainda vê o Brasil como um "celeiro de craques" e lembra que o País se destaca em relação aos demais pelo fato de o futebol ser um esporte de massa. "Aqui é um celeiro de craques, não tem jeito. É o único país no mundo em que se joga futebol de janeiro a dezembro e no país todo. As crianças começam a jogar com quatro, cinco anos. Se não estão mais tanto nas ruas como antigamente, estão nos clubes, organizados. Temos esse ingrediente fundamental: a massificação para se extrair a qualidade", disse.
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Parreira vê em Gabriel, Gabriel Jesus e Luan o futuro da seleção, inclusive para a Copa do Mundo de 2022, no Catar. O ex-treinador mostra encantamento principalmente com o atacante do Palmeiras. Vale lembrar que Ronaldo Fenômeno chegou à seleção brasileira pelas mãos de Parreira, às vésperas da Copa de 1994.
"Nesta seleção olímpica já tivemos jogadores que hoje são cobiçados no mundo todo: Gabigol e Gabriel Jesus, que é fenomenal. Tem o Luan, que também é muito bom jogador, para não falar do Neymar, claro. Agora já são quatro na frente, de repente. Está aí o cíclico. Se mais desses se firmar, além do Neymar, já é garantia de formar um ataque poderoso para a próxima Copa. Vão estar prontíssimos ainda para 2022."
Apesar de reconhecer que a Alemanha mereceu o título mundial de 2014, Parreira fez uma comparação com o Brasil e criticou o estilo de jogo dos europeus. "Acabamos de ver a Eurocopa, cheia de jogos pegados, corridos, mas, quando você termina o jogo, fica se perguntando onde foi parar a arte. São jogos competitivos, mas só de toque. É tum, tum, tum, mas não sai uma jogada. Eles têm a técnica, mas não a habilidade, no geral. Faltou a improvisação e a criatividade também. Nós temos nosso jeito de jogar, de ficar um pouco mais com a bola, de tentar o drible. Não pode perder essa essência, mesmo tendo que passar por alguns ajustes", afirmou.