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Imbróglio

Platini culpa Blatter por suspensão: 'Ele estava obcecado, tinha inveja de mim'

Agência Estado
30 mar 2017 às 16:56

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Michel Platini quebrou o silêncio de quase um ano nesta quinta-feira. Afastado do futebol por punição da Fifa, o francês voltou a se manifestar publicamente em entrevista ao jornal Le Monde, ao qual fez críticas ao ex-presidente da entidade, Joseph Blatter, e se disse vítima de uma conspiração de aliados do suíço no corpo diretivo da Fifa.

"Eles estavam procurando algo para me prejudicar. Os diversos órgãos internos da Fifa foram instrumentalizadas por pessoas que manipulavam as ações. Eu sempre acreditei que iriam dizer a verdade [no julgamento], mas isso nunca aconteceu", disse o ex-presidente da Uefa e ex candidato à presidência da Fifa.

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Platini fora suspenso pelo Comitê de Ética da Fifa por ter recebido cerca de 2 milhões de francos suíços (cerca de R$ 6 milhões, pelo câmbio atual) diretamente de Blatter. O pagamento, feito sem contrato escrito, somente verbal, causou suspeitas e ambos acabaram sendo suspensos. O francês foi punido inicialmente pela Fifa com oito anos, depois reduzido para seis pela própria entidade. A pena foi diminuída para quatro anos pela Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês), após recurso de Platini.

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Para o francês, o pagamento foi "normal". "Todo mundo sabia que era um pagamento normal", reiterou o ídolo do futebol francês, referindo-se ao corpo diretivo da Fifa. Platini acredita que os membros poderiam ter ajudado a inocentá-lo, mas decidiram prejudicá-lo. "São os membros da administração que dão dinheiro às federações nacionais. Isso dá-lhes um grande poder. Eles são os líderes na Fifa", argumentou.

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Segundo o francês, os membros da administração da Fifa seguiam ordens de Blatter, que supostamente queria tirar Platini do futebol. "Ele estava obcecado por mim. É o maior egoísta que já vi na minha vida. Ele sempre disse que eu seria seu último troféu. Acho que tinha inveja de mim porque fui um jogador de futebol de elite", declarou.


"Ele pensava que envelheceria [na Fifa], terminaria seu trabalho, morreria e seria enterrado na própria sede da Fifa. Era o seu desejo", criticou Platini. "Blatter é alguém fascinante, mas não dá para acreditar no que ele diz. Sempre vai dizer o que você quer ouvir. É um animal político excepcional."

Após ter sua pena reduzida pela CAS, e ficar de fora da última eleição da Fifa por conta da punição, Platini recorreu à Justiça comum da Suíça. "Ainda não acabou", garantiu o francês.


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