O presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, defendeu nesta terça-feira (2) o assunto alvo de uma apuração interna no Conselho Deliberativo do clube. Para o dirigente, o pagamento de uma comissão no valor de R$ 18 milhões para o intermediário do contrato com a Under Armour é uma prática normal e afirmou que a iniciativa em apurar o procedimento tem motivação política.
Na última reunião do Conselho Deliberativo do clube, no fim de maio, o presidente do órgão, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, montou uma comissão formada por três pessoas para apurar detalhes dessa comissão. Segundo o dirigente, a montagem do grupo de trabalho se justifica pelo pagamento do 15% do valor do contrato ter como destino uma empresa localizada em Hong Kong, paraíso fiscal na Ásia.
"Levamos uma briga, uma divergência política, daqueles que não concordam comigo, para fora do São Paulo. É isso que eu quero que acabe", disse Aidar, em entrevista à ESPN. "Dentro da minha transparência, levei o contrato para o Conselho Deliberativo e estou sendo acusado de ter tentado incomodar", afirmou.
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Em maio, o São Paulo começou o vínculo de cinco anos com a Under Armour para fornecimento de material esportivo. O contrato não chegou a ser aprovado pelo Conselho Deliberativo porque Leco retirou o item da pauta de votação para que pudesse ser apurado por uma comissão. Em até dois meses essa etapa deve ser concluída.
De acordo com Aidar, a comissão foi paga a um americano, que tem escritórios em Los Angeles, Nova York e Hong Kong. "Esta pessoa física indicou uma pessoa jurídica dele (para receber o pagamento), que tem empresa, registro no governo de Hong Kong, os documentos estão vindo todos e vão ser apresentados no momento oportuno", explicou. A empresa que receberá o valor de R$ 18 milhões se chama Far East Trading Global.
"A comissão é um processo normal, uma prática do São Paulo. A Under Armour não veio direto ao clube", defendeu o presidente. Aidar criticou o contrato anterior para fornecimento de material esportivo, assinado com a Penalty e firmado pelo seu antecessor e agora adversário político, Juvenal Juvêncio. O dirigente afirmou que o acordo também previa uma comissão de 15% do valor e o montante foi destinado a uma empresa cujo dono é um ex-funcionário do departamento de marketing do clube.