A Polícia Civil do Rio desbaratou uma quadrilha que funcionava dentro de uma empresa responsável pela produção e comercialização de ingressos para jogos de futebol, que lucraria, apenas com o desvio de ingressos para o jogo deste domingo entre Flamengo e Grêmio, que vale o título de campeão do Campeonato Brasileiro, cerca de R$ 4,5 milhões.
Neste sábado pela manhã, dez acusados - seis funcionários da empresa e quatro cambistas, sendo um deles guarda municipal - foram presos por ordem da Justiça. Oito mil ingressos para o jogo foram apreendidos e só poderão ser colocados à venda se o juízo assim o determinar. Também foram encontrados na casa de dois supostos chefes do esquema documentos, computadores, celulares e até duas armas.
As investigações da Delegacia de Crimes contra o Consumidor começaram em setembro e, de lá para cá, foram monitoradas as principais partidas de futebol ocorridas no Rio. O nome da empresa, cuja sede fica dentro do Maracanã, não foi revelado porque a investigação corre sob sigilo de Justiça.
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O esquema funcionava assim: de todos os ingressos que produzia para determinado jogo, a empresa desviava cerca de 20% e repassava a cambistas que integravam o bando. No jogo deste domingo, por exemplo, seriam desviadas 15.200 entradas. Os ingressos eram vendidos a preços muito acima do normal. O ágio chegava a 650% nas arquibancadas: um lugar na verde ou na amarela, que sai a R$ 40, seria vendido pelos cambistas a R$ 300.
Segundo o diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), Rodrigo Oliveira, os ingressos são autênticos e válidos, mas não chegavam às bilheterias porque iam direto para os cambistas. Daí a dificuldade dos torcedores para adquiri-los legalmente.
Nesta semana, a venda de parte das entradas para o jogo deste domingo no Maracanã terminou em tumulto: havia apenas 5 mil bilhetes para cerca de 15 mil compradores. A Polícia Militar dissolveu os torcedores que se acumulavam nos arredores do estádio com cassetetes e bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral.