Nas idas e vindas do Estádio do Café, certamente você já deve ter visto um personagem o tanto quanto "incomum" durante os jogos do Tubarão. Provavelmente o primeiro torcedor que veio em sua mente é o fanático "Ranger Londrinista", que viralizou na TV e nas redes sociais na última semana, mais especificamente na quinta-feira (25), após o jogo entre Londrina e Bahia, válido pela quarta fase da Copa do Brasil.
Andriak Constantino, operador de caixa de supermercado na zona sul de Londrina, tem 40 anos e apesar de ser conhecido pelos torcedores assíduos do Estádio do Café, a figura alviceleste viveu seus "15 minutos de fama" durante a transmissão do jogo para todo o Brasil, despertando a atenção da mídia e fazendo com que o "herói" fosse reconhecido nacionalmente. Várias publicações circularam pelas redes sociais e o Ranger azul e branco concedeu suas primeiras entrevistas.
Sobre a inspiração, Constantino lembrou que sua admiração com personagens uniformizados começou com Jaspion e com os próprios Power Rangers. "Por volta de 2015 eu tive a ideia. Sempre fui muito fã da série do Jaspion, que as gerações atuais não tem muito conhecimento, mas essa foi a base inicial. Um dia me veio a ideia e pensei: 'por que não fazer uma associação de um personagem ligado ao clube da cidade?' Tinha uma página que fez uma sátira de um Power Ranger vermelho com a camisa do LEC, que contribuiu com a ideia. Inclusive o nome foi inspiração deste post", explicou.
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A customização da fantasia veio de vários lugares do Brasil. "O capacete foi produzido em Minas Gerais. As botas vieram de São Paulo, da mesma empresa que envia os calçados para o personagem 'Santos' do programa do Ratinho. As luvas vieram de Curitiba e o restante do material foi feito aqui em Londrina mesmo", descreveu.
O Ranger Londrinista "entrou em campo" pela primeira vez em 2017, quando chamou a atenção dos torcedores presentes nas arquibancadas do Estádio do Café. "A partida foi entre Londrina e PSTC e a primeira vez deu sorte, pois o LEC ganhou de 3 a 0. Quando cheguei ao estádio, eu estava com medo, pois não sabia qual seria a repercussão. Não sabia se ia ser bem recebido ou não, desde o pessoal que faz a segurança ou até mesmo a torcida. Mas no fim deu tudo certo."
Ele ainda comentou que durante dois anos houve erros e acertos na confecção do uniforme até chegar no figurino atual. "Em 2015, surgiu o projeto, em 2016 começou a produção, buscando os profissionais para que o traje fosse realizado e no fim do mesmo ano ficou tudo pronto. Entre erros e acertos para o aperfeiçoamento da roupa, eu consegui estrear a fantasia no início de 2017. O processo custou entre R$ 2.300,00 a R$2.500,00", revelou.
Constantino lembra de sua reação ao ver o público no estádio na primeira vez. "Quando eu cheguei para ver o jogo, a reação do público é muito parecida com o que há hoje, pois ainda é novidade para muitas pessoas. Alguns acenavam e reagiam como se fosse algo comum, que não é. Houve quem acabou se intimidando com o personagem, até que alguém tomou a iniciativa para tirar uma foto e aí deslanchou. Depois começou as filas para tirar foto comigo, daí a familiarização veio de imediato."
Quando questionado sobre a repercussão de seu aparecimento nas redes sociais e na televisão em rede nacional, Andriak se sentiu surpreso. "Foi muito bacana. Em seguida, pensei até que poderia ter uma repercussão negativa, o que não aconteceu. Saiu muito melhor do que eu esperava, e na verdade eu nem esperava por isso", ressaltou de forma surpresa.
"É uma sensação muito boa, porque a receptividade é muito legal e já tenho um pouco dessa experiencia de ser conhecido no meu bairro e no trabalho. Agora quando se trata em questão de ser conhecido no exterior é uma coisa surpreendente e muito boa", acrescentou.
Sobre o "anonimato" do rosto debaixo da máscara, ele diz que prefere desta forma. "Eu me sinto melhor, embora eu não sinta problema em passar meu nome (que não é comum), mas eu creio que existe um diferencial. Prefiro me preservar para manter o personagem, embora sejamos um só", respondeu.
Além de torcer pelo LEC na arquibancada, o Ranger Londrinista marcar um "gol de placa" com ações sociais em hospitais e escolas. "Eu faço visitas em hospitais infantis, Ilece, escolas e festas infantis. Não me limito apenas ao campo. Basta combinar e eu estou presente. Faço questão de trazer um pouco de felicidade, em especial às crianças que estão internadas em hospitais infantis ou no Hospital do Câncer."
(*Sob supervisão do editor on-line, Rafael Fantin)