E foi no clássico. Neste domingo, contra o Corinthians, na Arena Barueri, o goleiro Rogério Ceni conquistou a mais significativa marca de sua carreira: o seu centésimo gol. Em uma batida de falta aos 8 minutos do segundo tempo, o camisa 1 do São Paulo encobriu a barreira corintiana, colocou a bola no ângulo direito de Júlio César, que não tinha como alcançar, e colocou ainda mais o seu nome na história do futebol.
Este foi o 56.º gol de falta do maior goleiro artilheiro da história. Os outros 44 foram anotados de pênalti. Para Fifa, porém, Rogério ainda precisa marcar mais duas vezes para atingir o centésimo. Isso porque dois dos gols aconteceram em jogos amistosos, não reconhecidos pela entidade - contra um combinado Santos e Flamengo, em 1998, e contra o Uralan, da Rússia, em 2000, ambos no Morumbi.
A festa do centésimo gol só não teve o estádio são-paulino como palco porque o Morumbi recebeu, no sábado, um show de rock. Veio, porém, contra o maior rival tricolor, e contra um adversário no qual Rogério só havia marcado duas vezes, nunca de falta.
Leia mais:
Artilheiro e manutenção de elenco estão entre os planos do Corinthians para 2025
Mesmo com Facundo, Palmeiras ainda busca uma estrela para vestir a camisa 9
Claudinho quer jogar no Santos em breve
Estêvão diz que vai realizar sonho ao enfrentar Messi no Mundial de Clubes
A contagem para o centésimo teve início em 1997, tão logo o goleiro se tornou titular do São Paulo, em substituição a Zetti, de quem foi reserva por seis anos. Em um jogo em 15 de fevereiro, em Araras, Rogério Ceni arriscou uma cobrança de falta de longa distância, cobrou com perfeição e marcou, contra o União São João, o seu primeiro gol da carreira.
Naquele ano, ele ainda marcaria mais três vezes, sempre de falta. O primeiro de pênalti veio apenas em abril de 1999, contra o Palmeiras, que depois viraria a sua maior vítima. Foi também em 1999 que, pela primeira vez, Rogério marcou duas vezes em um mesmo jogo: um de falta e um de pênalti sobre a Inter de Limeira.
Com o São Paulo vivendo uma fase de jejum de títulos nacionais e fora da Libertadores por quase uma década, Rogério só marcou seu primeiro gol fora do país em 2004, em Lima, na volta do time tricolor à principal competição sul-americana.
A partir do ano seguinte, quando o São Paulo já não tinha mais Luis Fabiano, Rogério Ceni passou a ser o cobrador oficial de pênaltis do São Paulo - até então só havia feito quatro gols desta forma. Aí a contagem começou a correr mais rapidamente. Só em 2005 foram 21 gols - um Paulistão, uma Libertadores, um Mundial.
Desde 2006, Rogério Ceni é o maior goleiro artilheiro da história do futebol mundial. Na ocasião, marcou um gol com a bola rolando - após uma cobrança de falta ensaiada - e chegou ao seu 63º na carreira, ultrapassando o paraguaio Chilavert, que tinha 62. No mesmo jogo, contra o Cruzeiro, ainda marcou mais uma vez, de pênalti, em uma das mais memoráveis atuações de sua carreira.
As marcas de Rogério como goleiro-artilheiro não são poucas. Ele é o que mais marcou no Brasileirão, na Libertadores, no Paulistão e o único a ter feito gol em um Mundial de Clubes.
Em 2010, Rogério atingiu uma das suas mais significativas marcas. Contra o Once Caldas, ele marcou o seu 11º gol pela Libertadores, tornando-se o maior artilheiro do São Paulo na história da competição. Com o centésimo gol, Ceni se tornou, ao lado de Renato, o 18.º maior artilheiro do clube em todos os tempos.