Há poucas semanas não havia quem duvidasse que Rogério Ceni iria se aposentar, mas hoje o São Paulo trabalha com a possibilidade cada vez mais real do goleiro mais uma vez mudar de ideia e, aos poucos, começa a pensar em 2015 com ele no elenco. "Algo mudou", resumiu um diretor que vem acompanhando o caso de perto. Embora o capitão siga impenetrável quando o assunto seja o fim de sua carreira, suas últimas atitudes e entrevistas têm indicado no clube de que a decisão nunca esteve tão dividida.
"Ele jamais falou abertamente sobre isso, mas basta pegar as entrevistas e ver que ele evita o assunto. A aposta no clube hoje é que a chance maior é de ele continuar do que parar", emendou o dirigente são-paulino, na condição de anonimato.
De fato, o discurso mudou completamente. Após a vitória contra o Grêmio, no começo de outubro, Rogério Ceni foi taxativo quanto ao seu futuro. "É o momento de parar, vou para 42 anos", disse depois da partida em Porto Alegre. Depois do jogo contra o Atlético Nacional, na última quarta-feira, na Colômbia, foi extremamente evasivo e disse que "estou determinado a ser campeão" quando perguntado se manteria os planos de parar de jogar.
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O imbróglio com o anúncio da "coletiva do adeus" feita pela Penalty foi, na opinião do clube, mais um sinal de que a aposentadoria está em xeque. Rogério Ceni ficou muito irritado quando soube da divulgação do convite para o que seria a entrevista onde falaria sobre o fim da carreira. "Ninguém pode determinar a data (da aposentadoria)", disse.
Se o adeus é incerto, a presença do goleiro contra o Santos, neste domingo, na Arena Pantanal, em Cuiabá, pela 36.ª rodada do Campeonato Brasileiro, está garantida. Por ora, ele é o único que está confirmado pelo técnico Muricy Ramalho para o jogo. "Esse aí sempre quer jogar, impressionante. É o único escalado por enquanto, mas o bom é que se ele parar, terá aproveitado bastante. Se ele parar, porque eu já nem sei mais", disse o treinador. Certamente, ele não é o único com dúvidas.