Santos e São Paulo são os clubes das principais promessas do futebol brasileiro, Neymar e Lucas, e já estão acostumados a jogar para decidir títulos ou vagas em fases importantes de campeonatos. Só que neste domingo, na Vila Belmiro, os times se enfrentam às 16 horas em um cenário bem diferente e vão usar o clássico para diminuir as respectivas frustrações pelas campanhas irregulares no Campeonato Brasileiro. Praticamente uma política de redução de danos.
Sem possibilidades de ser campeão e longe até mesmo de se classificar para a Copa Libertadores de 2013, o Santos tem a preocupação de voltar a vencer para diminuir o tamanho do seu prejuízo no segundo semestre. Além da ausência de Neymar e Arouca, que estão na seleção brasileira, e Paulo Henrique Ganso, que parece estar mesmo de saída, o técnico Muricy Ramalho não poderá contar também com o zagueiro Bruno Rodrigo, suspenso, e Juan, impedido por jogar em razão de ser vinculado ao São Paulo. David Braz e Léo devem ser os substitutos escolhidos.
De favorito à conquista do segundo título consecutivo da Libertadores e considerado time da moda há menos de três meses, o tricampeão paulista é uma das maiores decepções do Campeonato Brasileiro. No clássico, até mesmo o empate será bom resultado diante da necessidade de interromper a série de três derrotas e de voltar a pontuar para diminuir o perigo de ter de lutar contra a queda para a Série B. "Temos 26 pontos, com uma pequena folga da zona de rebaixamento, mas precisamos voltar a vencer", disse o zagueiro Durval.
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No campeonato, o Santos tem sido instável até nas escalações, com 16 times diferentes em 22 rodadas, fruto dos inúmeros desfalques. "Sobre o G4, a gente tem que analisar os que estão lá em cima. São times com um plantel muito forte. Eles não vão cair muito", disse o desanimado Muricy Ramalho após a derrota para o Fluminense, na última quinta-feira.
No São Paulo, a intenção é usar o clássico para reduzir a distância de quatro pontos para o G4. "O resultado desse jogo clareia muito nosso caminho. Uma derrota vai nos distanciar tanto de título, como de Libertadores", afirmou o técnico Ney Franco. A vaga na competição continental seria pelo menos uma espécie do consolo ao clube que não garante um título desde 2008 e neste ano viu seus três rivais comemorarem conquistas importantes.
Há cerca de dois meses no cargo, o treinador vê o São Paulo 12 pontos atrás do líder Fluminense e com desempenho mais irregular do que imaginava. "Essa arrancada que o Grêmio deu é a que a gente planejava na nossa equipe, mas não tivemos competência. Eles conseguiram não mais constância no campeonato", disse, ao admirar os cinco jogos de invencibilidade responsáveis pela subida do time gaúcho ao terceiro lugar.
O que segura o otimismo no Morumbi é a invencibilidade contra os grande times paulistas no Brasileirão. "Será um jogo equilibrado e espero que a gente repita o desempenho que tivemos fora de casa contra o Palmeiras e Corinthians", afirmou.
Fora a trajetória irregular, mais coincidências cercam o encontro. As revelações Neymar e Lucas estão na seleção brasileira e são desfalques. Outro grande nome santista, Paulo Henrique Ganso, está envolvido em boatos de transferência para o time do Morumbi. Resta saber se após o clássico a fase instável vai acabar para um dos times, que certamente estará um pouco mais revitalizado.