O Santos precisa da vitória contra o Sport, neste domingo (2), às 16 horas, no estádio da Ilha do Retiro, no Recife, pela 21.ª rodada do Campeonato Brasileiro, para se recuperar do tropeço diante do Bahia, na Vila Belmiro, e manter vivo o sonho da vaga para a Copa Libertadores de 2013. A melhor oportunidade para reagir será agora porque nos dois jogos seguintes o time não terá Arouca, convocado para o amistoso da seleção brasileira, e terá pela frente os fortes Fluminense e São Paulo.
Para piorar a situação, Neymar foi diagnosticado com uma indisposição na manhã deste sábado - com sintomas como febre, dores abdominais e desarranjo intestinal - e não viajou com a delegação ao Recife. Além de não enfrentar o Sport, o atacante passa pela mesma situação de Arouca para as próximas rodadas. Para este domingo, Victor Andrade ou o argentino Miralles deverá ser o seu substituto.
Se depender do adversário, a tarefa santista será das mais fáceis. O Sport não sabe o que é vencer há 11 jogos, só quebrou o jejum de gols no meio da semana, diante do Flamengo, depois de 420 minutos sem ir às redes, e não consegue sair da zona de rebaixamento. Mas, Muricy Ramalho prevê dificuldades. "Assisti aos jogos do Sport contra Flamengo e Náutico e me chamou a atenção o volume de jogo, muito grande, e os bons jogadores deles", destacou o treinador santista, lembrando que na Ilha do Retiro o Sport é sempre forte.
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Depois da sequência de seis bons resultados - quatro vitórias e dois empates (um deles contra a Universidad de Chile, pela Recopa Sul-Americana) -, o Santos volta a enfrentar momentos de incerteza no Brasileirão. Para Muricy Ramalho, a derrota de virada contra o Bahia, em plena Vila Belmiro, causou enorme estrago. "A gente estava distante do topo e continuamos distantes. Só que a partir de agora, além de ter de ganhar os jogos será preciso que os times que estão acima percam", disse.
O que atrapalhou os planos de Muricy Ramalho foi a falta de habilidade da diretoria para administrar a crise que tomou conta da Vila Belmiro com a desclassificação do time nas semifinais da Libertadores. Além de ter perdido importantes titulares, o treinador e o time estão sendo prejudicados pela interminável guerra fria entre o presidente Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro e o ex-cérebro do time, Paulo Henrique Ganso, o segundo jogador mais importante do time. O impasse vem tendo reflexos negativos em campo. Tanto que contra o Bahia nem o talento de Neymar resolveu. O time passou a impressão de ter perdido a personalidade e permitiu que o adversário se impusesse, mesmo após estar ganhando por 1 a 0.
Sem Paulo Henrique Ganso - não se sabe será por algum tempo ou definitivamente -, Muricy Ramalho optou pelo mais simples. Mesmo sem ter característica de armador, Felipe Anderson será o substituto. Se Henrique (recupera-se de inflamação no púbis e não joga há quase um mês) estivesse em condições, a sua escolha talvez fosse pela volta do esquema com três volantes.
Desde a entrada do argentino Pato Rodríguez para formar o quadrado com Neymar, André e Paulo Henrique Ganso (agora, Felipe Anderson), o time ficou mais vulnerável no bloco defensivo. Em parte porque Adriano não tem ficado mais fixo à frente da zaga e Arouca vem atuando quase como meia armador. À exceção de Neymar, o novo Santos tem mostrado mais correria do que futebol. E se não reagir a partir deste domingo, agora sem o seu principal jogador, ficará pelo caminho.