A participação do São Paulo na Copa Sul-Americana começou aos trancos e barrancos, mas à medida que o título do Campeonato Brasileiro começou a se encaminhar para o Cruzeiro, a competição ganhou ares de tábua de salvação para garantir um troféu no ano. O desdém ficou para trás e agora a equipe começa a série semifinal contra o Atlético Nacional, nesta quarta-feira, às 22 horas (de Brasília), em Medellín, na Colômbia, na condição de favorito para chegar à decisão.
O time tricolor de agora nem parece o mesmo que tempos atrás olhava a competição com certo enfado, já que ganhar o Brasileirão pela sétima vez sempre foi a opção mais atraente para o técnico Muricy Ramalho, jogadores e diretoria. Mas o fluxo dos acontecimentos aos poucos foi mudando, a torcida passou a comprar a ideia de que levantar o bicampeonato (venceu pela primeira vez em 2012) e de repente a opção passou a agradar.
A equipe se vê diante de um oponente tradicional e vislumbra um confronto de imenso peso em uma eventual final - River Plate e Boca Juniors duelam do outro lado da chave.
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Como reza o figurino das competições mata-mata, o time tricolor vai a Medellín para marcar pelo menos um gol. "Vamos buscar a vaga na final da Sul-Americana e isso passa por um bom jogo na ida. Temos de fazer gols porque se conseguirmos praticamente traremos a classificação para São Paulo", disse Paulo Henrique Ganso.
Até aqui a estratégia foi bem-sucedida e o time marcou fora em todas as fases anteriores, fato que acabou sendo fundamental para o avanço na competição. Contra o Criciúma, por exemplo, a vitória por 2 a 0 no Morumbi só foi suficiente porque o time marcou uma vez no duelo de ida, vencido por 2 a 1 pelos catarinenses.
AO ATAQUE - Mas quem espera um time retraído em seu campo para explorar apenas os contra-ataques está enganado. Muricy Ramalho promete uma equipe corajosa mesmo fora de casa. "Não é porque estaremos em uma decisão, com pressão contra, que temos de mudar. Pelo contrário, chegamos até aqui aproveitando nossas qualidades e vamos em busca do gol no campo deles", prometeu.
Desta forma, o técnico aposta na manutenção da dupla de ataque formada por Alan Kardec e Luis Fabiano, que volta à Sul-Americana após cumprir suspensão de três partidas e vem em grande fase - marcou nos últimos três jogos. Alvaro Pereira, que estava com a seleção uruguaia, também fica à disposição, embora Michel Bastos possa ser mantido na lateral esquerda por ter ido bem contra o Palmeiras.
Eliminado pelo São Paulo nas quartas de final no ano passado, o Atlético Nacional espera desta vez fazer valer o fator campo - em 2013 não saiu de um empate sem gols em Medellín e sucumbiu no Morumbi por 3 a 2. Por isso, o time vai para cima para tentar resolver a fatura nesta quarta.
"Já enfrentei o São Paulo algumas vezes e é muito difícil jogar no Morumbi. Sabemos que amanhã (quarta) vale muito para nós", afirmou o defensor Alexís Henríquez, que elogia o adversário. "No ano passado era uma equipe mais coletiva, hoje é um time mais organizado e com mais peças de qualidade, como Kaká e Ganso", analisou.