Futebol

São Paulo se livra do rebaixamento, mas termina ano com pouco a celebrar

07 dez 2021 às 16:00

O São Paulo entrou no Brasileirão em lua de mel. O fim do jejum de títulos ao conquistar o Paulistão indicava que a equipe seria competitiva na competição nacional. Se não brigasse pela taça, ao menos uma vaga na Libertadores conseguiria. Mas não foi o que aconteceu. Um início muito ruim gerou uma longa briga contra o rebaixamento. Mesmo com a permanência na Série A após a vitória desta segunda (6) sobre o Juventude, o sentimento é de que não há o que se comemorar em 2021.


O maior exemplo disso foi visto nas arquibancadas do Morumbi. Desde que o público pôde voltar aos estádios, a torcida são-paulina compareceu em grande número. Contra o Juventude, mais de 40 mil pessoas apoiaram o time durante quase todos os 90 minutos. A exceção foi em dois momentos: a substituição de Liziero, que saiu sob vaias, e uma tentativa falha de firula de Igor Gomes.


Enquanto o São Paulo tentava fechar o placar, a torcida vinha junto. Já nos minutos finais, quando era evidente que o Juventude não se recuperaria do 3 a 1, o clima mudou no Morumbi. Os primeiros gritos de "muito respeito com a camisa tricolor" tomaram as arquibancadas, seguidos por "queremos jogador" e "time sem vergonha".


Mesmo sob protestos, os jogadores se dirigiram ao meio do gramado para aplaudir a torcida. Saíram para o vestiário ouvindo alguns cantarem o hino do clube e outros escolherem seus alvos para xingar.


Nas entrevistas depois da partida, nenhuma comemoração. Luciano se diz feliz pela volta após uma cirurgia no punho, mas deixou claro que a temporada não foi como o São Paulo gostaria que fosse.


"A gente tirou o time de muito tempo sem ganhar, veio com boa expectativa no Brasileiro. Não foi o que a gente fez. Vamos descansar, pensar no próximo jogo e na próxima temporada para ser melhor", disse, ao canal Premiere.


A mesma linha foi seguida por Rogério Ceni na entrevista coletiva depois da partida. Depois de agradecer à torcida pelo apoio no duelo decisivo, o treinador disse se sentir triste em ver o São Paulo lutando contra o rebaixamento.


"Não é como eu vejo a história do clube, como eu vejo a vida que eu passei aqui e muitos caras que eu convivi, grandes ídolos que levaram o São Paulo a grandes conquistas. É um momento de baixa, é um momento que é preciso as pessoas terem cabeça tranquila e levarem o clube a um ano melhor em 2022. Claro que esbarra em todas as dificuldades financeiras, como nós falamos, mas tem outros clubes que também têm essas dificuldades e conseguiram fazer grandes contratações e conseguiram levar seus times a lugares inesperados no campeonato", disse.


O São Paulo se despede de 2021 fora de casa. Na quinta-feira (9), a equipe vai a Belo Horizonte enfrentar o América-MG, no que virou um confronto direto por uma vaga nas fases preliminares da Libertadores - as duas equipes estão separadas por dois pontos. A ida para a competição continental pode ser o indício de tempos melhores para um clube que começou a temporada em êxtase e sai dela com dor de cabeça.


Fora de campo, as próximas semanas ainda devem ser tensas. No dia 16, o conselho deliberativo votará a reforma do estatuto do clube, que pode trazer a volta da reeleição para presidente e a diminuição do número de conselheiros. Nas redes sociais, parte da torcida se organizada para protestar nos arredores do Morumbi no horário da votação.

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