Líder do Botafogo, time que conquistou neste domingo o 20º título do Campeonato Carioca, o meia holandês Seedorf disse que o grande mérito do grupo foi ter superado "momentos difíceis por problemas internos" e dar prioridade à campanha, sem perder o foco e deixar que outras questões atrapalhassem o objetivo de ser campeão. Referia-se a salários atrasados de vários colegas e funcionários do clube, o que ainda não foi resolvido pela diretoria botafoguense.
"É mais uma grande emoção na minha vida profissional. Dedico o título à minha família. Estou muito emocionado e cada título que eu conquistei até hoje tem algo diferente, a maneira de senti-lo", declarou Seedorf, o jogador mais abraçado e reverenciado ainda no gramado do Estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, logo após o Botafogo derrotar o Fluminense por 1 a 0 e dar fim à edição 2013 do Campeonato Carioca - foi campeão antecipado.
Chorando de emoção pelo título, o holandês de 37 anos também foi o mais saudado pelos torcedores botafoguenses, mesmo depois de perder um pênalti quando o Botafogo já vencia o Fluminense neste domingo, na final da Taça Rio. Campeão por onde passou na vitoriosa carreira, incluindo quatro troféus da Liga dos Campeões da Europa, Seedorf comemorou bastante a sua primeira conquista com a camisa botafoguense.
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Para Seedorf, o título foi conquistado a cada passo, com dedicação "impecável" e respeito aos adversários. "Os demais grande do Rio também lutaram e valorizaram nossa conquista. Contra os chamados pequenos, tivemos de dar nosso máximo, principalmente no segundo turno (Taça Rio), porque se tratava do jogo da vida deles no ano. O Botafogo ganhou o Carioca sem a necessidade de uma grande final, com duas partidas, por ter conquistado os dois turnos (o primeiro é conhecido como Taça Guanabara)", afirmou.
O craque que atuou vários anos pela seleção holandesa recebeu o abraço emocionado do técnico Oswaldo de Oliveira ainda em campo. "Agradeci ao Seedorf pela pessoa que ele é. Sem ele, essa conquista seria muito mais difícil", admitiu o comandante.
Oswaldo de Oliveira estava também radiante por ter conquistado seu primeiro título do Campeonato Carioca como técnico. Ele começou sua atividade como profissional no banco de reservas em 1979, quando foi preparador físico do América. Anos mais tarde, dirigiu no Estado do Rio os outros grandes: Vasco, Fluminense e Flamengo. "Eu sempre me perguntava se esse dia chegaria e eu me continha na própria resposta. Vivi a história desse campeonato desde meu começo na vida profissional e queria muito esse título", contou.
Para o autor do gol que deu a vitória ao Botafogo neste domingo, em Volta Redonda, o grupo se fortaleceu no meio "da caminhada, ao se tornar uma família". Rafael Marques ficou 21 partidas seguidas sem marcar sequer um gol, desde o segundo semestre do ano passado até o jogo com o Quissamã, na primeira rodada da Taça Rio. A torcida botafoguense não tinha mais paciência com o atleta e ele não saiu do clube por pouco. "Só eu sei pelo que passei. Totalmente desacreditado por muitos, mas incentivado pelos companheiros. Quase fui embora do Botafogo no início do ano e hoje respiro aliviado como autor do gol do título", lembrou.