A imprensa esportiva paranaense está sob suspeita. Com a denúncia do superintendente do Coritiba, Carlos Zaneti, que dois repórteres teriam oferecido jogadores ao clube e a sustentação, por parte do dirigente, que esses mesmos profissionais estariam utilizando os veículos em que trabalham para pressionar pelas referidas contratações, todos estamos em cheque.
Tudo começou após a derrota do Coritiba para o Grêmio, em Porto Alegre no dia 16 do mês passado, um domingo. O gol que abriu caminho para a vitória gremista foi marcado pelo atacante Leandro, que acertou um chute de fora da área no ângulo superior direito do goleiro Marcelo Cruz. Como a meta coxa-branca carece de talento há anos, foi natural que surgissem comentários responsabilizando Marcelo Cruz pelo gol. Parecia natural, mas para o goleiro não.
Na volta à Curitiba, procurado pela imprensa, Marcelo Cruz resolveu atacar. Disse que não havia falhado no lance e que a imprensa estaria tumultuando o ambiente para derrubá-lo da condição de titular. Segundo o desabafo do arqueiro, a pressão estaria justificada pela indicação de um substituto para a função, que teria sido oferecido ao clube, pasmem, por um repórter.
Fui um dos primeiros a reagir. No comando da equipe esportiva da Rádio Transamérica, cobramos um posicionamento da entidade que representa a categoria, no sentido de esclarecer a situação. Uma acusação feita dessa forma atinge todos os profissionais, misturando o joio ao trigo.
Diante da necessidade de esclarecimento, o superintendente do Coritiba Football Club, Carlos Zaneti, chamou para si a responsabilidade. Falou que iria dizer o que todos já sabiam e citou os nomes de dois profissionais do rádio: o repórter Biro Biro (rádio Cidade) e o coordenador da equipe da rádio Eldorado, Sidnei Campos. Segundo Zaneti, os dois teriam feito pressão para contratação de jogadores com quem mantinham alguma relação.
Sidnei Campos adiantou que de fato indicou um goleiro (Seabold, uruguaio) mas foi durante o período em que esteve fora do rádio. Biro Biro não aceitou a acusação e, diante de sua indignação, Zaneti retificou o tom da denúncia. Lembrou que o irmão do repórter é que trabalha como empresário e, de certa forma, colocou "panos quentes" na discussão. José Paulo, irmão de Biro Biro, ofereceu um goleiro da Caldense ao Coritiba.
Com a palavra a Associação do Cronistas, que recentemente puniu rigorosamente um filiado, em situação que em nada pode ser comparada com a crise moral que tomou conta do segmento. Todos deverão ter respeitados seus direitos de defesa, mas o cliente dos serviços prestados pelos veículos de comunicação não pode ficar sem uma resposta. Clara, bem justificada e definitiva, uma resposta que determine os rumos éticos e morais que deveriam ser naturais a quem se propõe militar na atividade jornalística.
Ou isso, ou conviver com a desconfiança geral a cada crítica feita ao desempenho de atletas ou dirigentes. Situação inadmissível às pessoas de bem. O momento é crucial, pode servir de divisor de águas entre o tempo que alguns classificam de "romântico", quando a cobertura esportiva era vista como um passa-tempo e excercida por quem se dispusesse a tal, e um novo tempo em que a atividade jornalística venha a ser, enfim, executada por profissionais devidamente gabaritados.
Tudo começou após a derrota do Coritiba para o Grêmio, em Porto Alegre no dia 16 do mês passado, um domingo. O gol que abriu caminho para a vitória gremista foi marcado pelo atacante Leandro, que acertou um chute de fora da área no ângulo superior direito do goleiro Marcelo Cruz. Como a meta coxa-branca carece de talento há anos, foi natural que surgissem comentários responsabilizando Marcelo Cruz pelo gol. Parecia natural, mas para o goleiro não.
Na volta à Curitiba, procurado pela imprensa, Marcelo Cruz resolveu atacar. Disse que não havia falhado no lance e que a imprensa estaria tumultuando o ambiente para derrubá-lo da condição de titular. Segundo o desabafo do arqueiro, a pressão estaria justificada pela indicação de um substituto para a função, que teria sido oferecido ao clube, pasmem, por um repórter.
Fui um dos primeiros a reagir. No comando da equipe esportiva da Rádio Transamérica, cobramos um posicionamento da entidade que representa a categoria, no sentido de esclarecer a situação. Uma acusação feita dessa forma atinge todos os profissionais, misturando o joio ao trigo.
Diante da necessidade de esclarecimento, o superintendente do Coritiba Football Club, Carlos Zaneti, chamou para si a responsabilidade. Falou que iria dizer o que todos já sabiam e citou os nomes de dois profissionais do rádio: o repórter Biro Biro (rádio Cidade) e o coordenador da equipe da rádio Eldorado, Sidnei Campos. Segundo Zaneti, os dois teriam feito pressão para contratação de jogadores com quem mantinham alguma relação.
Sidnei Campos adiantou que de fato indicou um goleiro (Seabold, uruguaio) mas foi durante o período em que esteve fora do rádio. Biro Biro não aceitou a acusação e, diante de sua indignação, Zaneti retificou o tom da denúncia. Lembrou que o irmão do repórter é que trabalha como empresário e, de certa forma, colocou "panos quentes" na discussão. José Paulo, irmão de Biro Biro, ofereceu um goleiro da Caldense ao Coritiba.
Com a palavra a Associação do Cronistas, que recentemente puniu rigorosamente um filiado, em situação que em nada pode ser comparada com a crise moral que tomou conta do segmento. Todos deverão ter respeitados seus direitos de defesa, mas o cliente dos serviços prestados pelos veículos de comunicação não pode ficar sem uma resposta. Clara, bem justificada e definitiva, uma resposta que determine os rumos éticos e morais que deveriam ser naturais a quem se propõe militar na atividade jornalística.
Ou isso, ou conviver com a desconfiança geral a cada crítica feita ao desempenho de atletas ou dirigentes. Situação inadmissível às pessoas de bem. O momento é crucial, pode servir de divisor de águas entre o tempo que alguns classificam de "romântico", quando a cobertura esportiva era vista como um passa-tempo e excercida por quem se dispusesse a tal, e um novo tempo em que a atividade jornalística venha a ser, enfim, executada por profissionais devidamente gabaritados.