Jobson vive uma nova polêmica em sua carreira. Enquanto aguarda o julgamento do recurso que apresentou à Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) para voltar ao futebol, o atacante foi impedido de atuar em um torneio amador no interior do Pará.
Em Conceição do Araguaia, distante 979 quilômetros da capital Belém, o atacante descumpriu o regulamenta do Campeonato Conceicionense ao se inscrever em dois times que disputam o torneio. O ex-jogador do Botafogo se inscreveu no Combatente, atual campeão, e também no rival Leãozinho.
A dupla inscrição causou uma quizumba na cidade que ficou famosa por abrigar a "Guerrilha do Araguaia", enfrentamento de militantes do Partido Comunista contra a ditadura militar no início dos anos 1970.
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Em sua defesa, o atacante afirma que se confundiu na hora da inscrição e que não sabia que havia realizado duas. Nesta semana, ele pretende reunir os representantes dos 16 times do torneio para mudar o regulamento. Quer que valha a primeira inscrição. O Combate apoia - já o Leãozinho defende o regulamento e que ele não atue por nenhum dos dois.
"Ele ficou bravo comigo, mas não posso mudar a regra", diz Everaldo Lisboa, presidente da Liga. "Acho difícil mudar o regulamento. A regra tem de ser cumprida", avalia.
Os "parças" de Jobson no Campeonato Conceicionense são amigos de infância, vizinhos, parentes - a maioria do time -, além de jogadores que sonham com uma chance no profissional e até exatletas. Um deles é o volante Elson, que atuou no Palmeiras, Cruzeiro e Stuttgart, da Alemanha.
CHANCE - A competição municipal é a grande esperança do jogador de se manter em forma. Jobson está suspenso do futebol profissional até 2019 por se negar a fazer exame antidoping quando atuava pelo Al Ittihad, da Arábia Saudita. Posteriormente a Fifa deu caráter mundial à pena que de início foi imposta pela Federação Saudita de Futebol. Com a punição, ele só pode atuar em torneios amadores.
Com o recurso, ele tenta ser liberado para atuar antes do fim da punição. O recurso foi julgado em janeiro, mas seu resultado ainda não foi divulgado. Os advogados classificam o caso como "complicado" e não arriscam projeções. A suspensão de Jobson aconteceu em abril do ano passado, quando ele vivia boa fase no Botafogo. Foi suspenso três dias antes do primeiro jogo da decisão do Campeonato Carioca, contra o Vasco.
O time de General Severiano sempre esteve próximo ao caso, com suporte financeiro, mas recentemente mudou sua postura, e a diretoria afirma que não tem mais interesse no julgamento do atleta de 27 anos.
Aos amigos, Jobson afirma que voltará para o Botafogo assim que for liberado. Caso a punição seja mantida, o atacante só poderia retornar aos gramado aos 31 anos.
POLÊMICAS - Jobson acumula polêmicas em sua carreira. Em 2009, foi suspenso por dois anos por uso de cocaína, mas admitiu ter fumado crack. A pena acabou sendo reduzida para sete meses.
Em 2011, já no São Caetano, foi acusado de agredir a mulher. Também foi detido por desacato em uma blitz no ABC. Antes desse episódio, ele havia "desaparecido" do clube por 15 dias. No ano passado, voltou a ser preso, agora no Pará, mas acusou os policiais de racismo e tortura.