O técnico da seleção brasileira feminina de vôlei, Marco Aurélio Motta, pediu demissão do cargo na noite de segunda-feira e não participará da campanha do Sul-Americano, que se realiza de 4 a 7 de setembro na Colômbia, e da Copa do Mundo, de 1º a 15 de novembro, no Japão.
Após conversa com o presidente da Confederação Brasileira de Voleibol, Ary Graça, o treinador anunciou o seu desligamento.
Marco Aurélio ressaltou que as dificuldades que encontrou em 2001 e até o primeiro semestre do ano passado foram superadas, acrescentando que nunca o grupo – comissão técnica e jogadoras – esteve tão unido e aplicado como nesta temporada.
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"Acho que o meu afastamento nesse momento contribuirá para amenizar as pressões que toda a equipe vem sofrendo. Desde junho de 2002 o grupo evoluiu: conquistamos o quarto lugar no Grand Prix, fizemos um ótimo Mundial (2002), ficando a um set da classificação para as semifinais, mesmo sem a presença de oito jogadoras convocadas no início da temporada, terminamos em terceiro lugar na Montreux deste ano e fizemos partidas excelentes no Grand Prix. Mas, depois da derrota para a Coréia, ficou claro que as meninas estão passando por dificuldades. Na hora da decisão, uma nuvem negra volta e bate a insegurança nelas. A pressão em cima das jogadoras é muito grande. Como alguma coisa precisava ser feita, um dos caminhos que encontrei foi o do meu afastamento", diz o ex-treinador brasileiro.
Na opinião dele, a saída contribuirá para "dar tranqüilidade ao grupo, já que a carga de trabalho é muito grande". Marco Aurélio acrescenta: "Nesse momento, embora haja outras alternativas, minhas convicções pessoais não podem prevalecer. Passamos por muita coisa. Algumas jogadoras saíram no ano passado, a Virna e a Raquel voltaram e contribuíram muito para o grupo. O que posso pensar e fazer depois que vi todos querendo que o projeto desse certo e fazendo tudo para que o caminho traçado fosse seguido? Só posso pensar que é o inconsciente. Na hora da decisão, tudo deu errado. Elas mesmas disseram isso nas entrevistas. Como percebi que estão em dificuldades e a minha responsabilidade é ajudar, encontrei esse caminho que, repito, não é o único, mas é o necessário nesse momento".
Marco Aurélio também fez questão de agradecer ao grupo: "Gostaria de ressaltar a satisfação e o orgulho de ter trabalhado desde o ano passado com esse grupo, que começou a crescer depois da entrada de várias jogadoras para a disputa do Grand Prix e do Mundial e depois com o time montado para essa temporada. Tenho consciência de que crescemos e só erramos nessa partida. Isso demonstra a boa vontade e a intenção das jogadoras e comissão técnica em defender a seleção brasileira".