Além de ser a volta das férias, os pilotos da Stock Car aguardam com ansiedade os treinos coletivos que acontecem neste final de semana em Curitiba (PR). No reencontro com seus carros - ou no encontro com as novas equipes -, os competidores buscarão saber o quão rápido ficaram os carros com os novos pneus fornecidos pela Pirelli visando a temporada 2015, que começa no dia 22 de março em Goiânia (GO) com a corrida de duplas.
A Pirelli trabalhou na borracha de 2015 priorizando o desempenho, já que o desgaste, segundo o engenheiro-chefe Jonathan Wells, tem sido satisfatório. "O composto é praticamente o mesmo dos dois primeiros anos, então o que fizemos foram mudanças significativas na estrutura do pneu. Por isso, creio que o nível de desgaste vai ser parecido com o que vimos nas duas últimas temporadas. Mas estas evoluções vão trazer um maior desempenho, e isso por si só já é uma grande mudança", destacou o inglês.
O trabalho com os novos pneus começou ainda na metade de 2014, com testes conduzidos pela fabricante em parceria com a JL, empresa que fabrica do carro da Stock Car. "Fizemos testes em Cascavel para homologar os pneus e de lá já tiramos algumas informações positivas. Ainda é cedo para dizer o quanto estes pneus deixarão os carros mais rápidos, mas eles deverão ser bem mais velozes", disse Wells, evitando fazer previsões na melhora em relação aos tempos de volta.
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Para ele, os testes de Curitiba serão de suma importância para coletar as mais variadas informações sobre os compostos. "Com as equipes andando agora vamos aprender muito mais e colher muito mais informações, porque os pilotos irão procurar o limite e também testar coisas diferentes no carro. Então é fundamental para todos os envolvidos na categoria", afirmou.
O engenheiro destacou o trabalho de evolução dos pneus da Stock desde o início do envolvimento da fabricante com a categoria. "O principal era trazer parte da tecnologia que usamos na Fórmula 1 para o serviço de pista, principalmente na parte de aquisição de dados, aplicando nosso conhecimento para o desenvolvimento dos produtos. Com os dados do nosso primeiro ano demos um passo gigantesco na confiabilidade em 2014. Isso era necessário porque o regulamento mudou e passamos a ter duas corridas por final de semana, e ainda assim continuamos o desenvolvimento para este ano", encerrou.
Visita ilustre - Paul Hembery, diretor de Motorsports da Pirelli, também esteve no Brasil e falou um pouco sobre o relacionamento da fabricante com a Stock Car. "É o nosso campeonato mais importante na América do Sul, e que tem uma altíssima qualidade de pilotos. Não estávamos envolvidos com a categoria por um tempo e percebemos que isso era algo a ser corrigido, claro que com uma aproximação diferente da tomada anteriormente. Nosso intuito foi trazer uma abordagem mais técnica, usando o nosso know-how da Fórmula 1 e de outras categorias", lembrou.
Outro ponto destacado pelo britânico foi o aumento de visibilidade que a categoria teve na Europa. "Ter o Rubens Barrichello conquistando o título foi importantíssimo para a categoria do ponto de vista da visibilidade, principalmente internacional. Isso foi muito forte na Europa: víamos fotos e imagens com Rubens no pódio, reportagens na TV com os melhores momentos das corridas, o que até então eu nunca havia visto nada sobre a Stock Car na Europa. Isso trouxe ótima visibilidade à categoria e o público viu que a Stock tem ótimas corridas e um nível alto de pilotos, além do grande apelo local", concluiu.