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No Corinthians

Tite supera pressão, fecha grupo e leva time ao título

Agência Estado
04 dez 2011 às 19:25

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No que dependesse da vontade de boa parte da torcida e da pressão de diretores e conselheiros do Corinthians, o técnico Tite poderia ter sido demitido depois de perder o título brasileiro de 2010, depois de ser eliminado pelo Deportes Tolima na fase preliminar da Libertadores, depois de ser derrotado na final do Paulistão, ou quando a equipe emplacou uma sequência ruim na segunda metade do primeiro turno do Nacional. Mas o treinador foi mantido à frente do time e fez valer o voto de confiança dado a ele pelo presidente Andrés Sanchez. Apesar de contestado, manteve o time com um padrão de jogo, criou uma confiança mútua com um restrito grupo de titulares e soube domar um elenco cheio de estrelas.

Sem ter que se preocupar com Copa do Brasil, Libertadores ou Sul-Americana, o Corinthians não precisou montar um elenco grande. Trocou quantidade por qualidade. Tanto que usou apenas 27 jogadores na competição, sendo que só 23 destes chegaram a começar pelo menos um jogo como titular durante o Brasileirão: dois por cada posição, exceto no gol, por onde passaram três atletas.

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Para domar um elenco caro, Tite escolheu um grupo restrito de jogadores de confiança e poucas vezes levantou dúvidas sobre suas escolhas. A não ser quando teve que lidar com lesões e suspensões, o treinador mexeu pouco na equipe. Apesar da pressão para sacar Júlio César, manteve ele no gol e só deu chances a Renan (e depois Danilo Fernandes) quando o titular se machucou. Sua única mudança radical no time foi na defesa, sacando Chicão para a entrada de Paulo André. Mas até quando barrou o capitão da equipe o treinador teve o apoio do grupo.

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Dos 27 jogadores que passaram pela equipe durante a competição, apenas 17 fizeram mais do que 15 jogos, formando aquele que foi o time base durante todo o Brasileirão: Júlio César; Alessandro (Weldinho), Chicão (Paulo André), Leandro Castán (Wallace) e Fábio Santos; Paulinho, Ralf e Danilo (Alex); Willian, Liedson e Jorge Henrique (Emerson). Até as substituições tinham um padrão. Edenílson entrou no segundo tempo em muitas partidas e só foi titular em quatro.

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No setor que mais tinha opções, Tite conseguiu trabalhar de forma a deixar contentes seis jogadores que disputavam quatro vagas: Danilo, Alex, Jorge Henrique, Emerson, Liedson e Willian. Todos jogaram no mínimo 27 vezes e, com exceção do ex-atacante do Fluminense, todos foram titulares em no mínimo um turno inteiro. Com o ataque indo bem, o treinador soube lidar bem com a pressão para escalar Adriano, que resolveu quando teve tempo para jogar.


A campanha, porém, expõe uma pequena atenção do Corinthians com a sua base. Exceção ao titular Júlio César, os únicos atletas revelados no clube a participar do Brasileiro foram Danilo Fernandes (dois jogos como titular), Elias (três jogos como reserva) e Taubaté (um como reserva), jogadores que só entraram em campo porque Tite não tinha outras opções.

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O Brasileirão mostrou ainda um acerto no planejamento alvinegro. Durante a competição, o clube só fez duas contratações. Fechou com Ramón, do Vasco, para ser reserva de Fábio Santos (e fez nove jogos como titular na ausência do ex-são-paulino) e foi atrás de Renan no Avaí quando Júlio César começou a ser questionado. Por outro lado, só um jogador deixou o clube durante a competição: o atacante Edno, depois de fazer apenas uma partida no Brasileiro. Assim, criou uma base também para a Libertadores do ano que vem.


O clube também confiou no trabalho de seu departamento médico. Paulo André, Adriano e Ramírez tiveram lesões sérias durante a temporada, mas conseguiram se recuperar para serem importantes na reta final da competição - os dois últimos marcaram gols decisivos contra Atlético Mineiro e Ceará. Júlio César, Alessandro, Fábio Santos, Emerson e Liedson também viveram problemas físicos durante o campeonato e voltaram bem à equipe.

O Corinthians também não foi tão atrapalhado pelas seleções brasileiras, tanto da base quanto a principal. Diferentemente de Vasco, Fluminense, Flamengo e São Paulo, por exemplo, só foi desfalcado pelo Brasil em quatro partidas, todas por convocação de Ralf. Paulinho chegou a ser convocado, mas não desfalcou o time.


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