Foram dois jogos, duas derrotas, nenhum gol marcado, pouco futebol mostrado, pouca esperança deixada nos torcedores. Esse é o Londrina que disputa a Série D do Campeonato Brasileiro e que hoje tem a chance de mudar esse panorama. Aliás, ou muda ou acaba o ano alviceleste já em julho.
O Londrina enfrenta o Ypiranga-RS, às 16 horas, no Estádio do Café, com a missão de vencer. Do contrário, o time será eliminado prematuramente da Quarta Divisão do Brasileiro e verá a chance de chegar à Série C acabar. ''Essa é a realidade. Ou reage ou estão todos desempregados'', avisou o técnico Gilberto Pereira.
O treinador quebrou a cabeça durante a semana para montar o time que entrará em campo à tarde, contra os gaúchos. Testou quase todo o elenco, mexeu em quase todas as posições e, mesmo assim, tem dúvidas para escalar a equipe.
Mas a preocupação do treinador não é nem tanto com a escalação, mas com a atitude do grupo, que, segundo ele, ainda não encarnou o espírito de Série D, com pegada forte, doação intensa, vontade e superação. Após a derrota para a Chapecoense, no último domingo, ele chegou a afirmar que queria um time ''mais macho'' em campo.
Foram longas conversas durante a semana na tentativa de mexer com o brio dos jogadores em busca da esperada reação. ''Precisava dar um choque. Tem que ir no peito, na vontade, ter mais o espírito de Série D'', cobrou.
Sem marcar nenhum ponto no torneio, o Tubarão é o lanterna do grupo 9, que tem a Chapecoense e o Ypiranga com quatro pontos na frente e a Naviraiense em terceiro com três. No dia 26, o time voltará a encarar os gaúchos, porém, em Erechim. ''Esses são os dois jogos chaves para a gente. São os jogos que vão nos colocar na disputa ou vão tirar de vez'', analisou o comandante. No outro jogo da rodada no grupo, a Naviraiense recebe a Chapecoense, em Naviraí (MS).
Estreia
Uma das novidades que Pereira preparou para o jogo é a estreia do zagueiro Rodrigo. Experiente, aos 32 anos, o jogador fez parte do último time londrinense que não passou vergonha no Estadual. Ele era o defensor do Londrina que chegou às semifinais do Paranaense em 2005 e tem uma vasta experiência no futebol gaúcho e catarinense.
É ele quem vai cobrar dentro de campo essa atitude pedida pelo treinador. ''É a decisão mais importante do ano para a gente. Temos que vencer porque senão daqui uns dias estamos todos indo embora. Mas, para isso, precisamos ter atitude. É obrigação ganhar. Vai na força, na vontade, do jeito que der'', reforçou o zagueiro, que não quer ter uma estreia com cara de despedida em caso de um revés.