José Maria Marin foi o único dos sete cartolas detidos na Suíça, pelas denúncias de corrupção na Fifa, que entrou com um recurso para aguardar o processo de extradição aos Estados Unidos em liberdade condicional. O ex-presidente da CBF aceitaria ir a um hospital, alegando problemas de saúde.
Os advogados do brasileiro ainda ofereceram uma garantia financeira milionária. Mas as autoridades já indicaram que nem isso pode ser suficiente. A defesa também alegou que o estado de saúde e a idade do brasileiro seriam elementos para justificar sua saída. Mas, pelo sistema legal suíço, são os médicos da Justiça que tomam essa decisão. Marin, no pedido, indica que estaria disposto a aceitar ir a um hospital, onde passaria o restante de seu período de prisão.
Já na semana passada, advogados ligados ao caso indicaram à reportagem que o ex-presidente da CBF teria a intenção de fazer tal pedido. O apelo foi apresentado na noite da segunda-feira. Marin foi um dos sete cartolas da Fifa presos no dia 27 de maio, em Zurique, a pedido dos EUA e acusado de corrupção e fraude.
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"Um dos sete funcionários do futebol em detenção fez recurso no Tribunal Penal Federal Suíço contra o mandado de detenção vinculado ao pedido de extradição, emitido pelo Escritório Federal de Justiça", indicou um comunicado de imprensa das autoridades suíças.
Segundo os suíços, o Tribunal Penal Federal em Bellinzona "vai decidir se a prisão continuará até que a extradição seja efetivada". "Tanto o Tribunal de Bellinzona quanto o Escritório Federal de Justiça poderão recorrer contra a decisão junto ao Tribunal Federal de Lausanne", completou.
BRACELETE - O Tribunal julgará o recurso nos próximos dias. Mas a polícia de Zurique informou nesta quinta-feira que não conta com braceletes eletrônicos, o que dificultaria um acompanhamento do suspeito fora da prisão.
Para as autoridades suíças, o fato de Marin não ser suíço e não ter propriedades no país não contribui para seu recurso. Tradicionalmente, suspeitos que aguardam extradições para os EUA não recebem esse benefício diante do "risco de fuga".
Um outro elemento também pode pesar contra: um dos homens procurados no dia 27 e que estava no mesmo hotel onde Marin se hospedava conseguiu fugir. O empresário Alejandro Burzaco tomava seu café da manhã no local quando a operação policial começou. Ao se dar conta de que se tratava de uma ação contra a Fifa, deixou o local sem ser notado, não retornou ao seu quarto e conseguiu sair da Suíça.
Nesta terça-feira, ele decidiu se entregar à Justiça na Itália, na esperança de conseguir um acordo de delação premiada nos EUA.