As declarações do secretário-geral da Fifa, Jérome Valcke, de que os organizadores da Copa de 2014 devem levar um "pontapé no traseiro para que se deem conta de que precisam trabalhar" foram muito mal recebidas pelo governo. "O palavreado chulo do senhor Jérome o desqualifica para conversar com o Brasil", disse neste sábado, 3, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), que ainda chamou o dirigente de "persona non grata".
"Com essa postura, Jérome Valcke atrapalhou a discussão da Lei Geral da Copa", disse o líder. O projeto deverá ser votado nesta semana pela Comissão de Constituição e Justiça. "Vou pedir para o relator da Lei Geral (o deputado Vicente Cândido, do PT de São Paulo) e os deputados da base para interromperem qualquer discussão com o secretário da Fifa", continuou.
Vaccarezza disse que vai procurar Valcke, que deve vir ao Brasil nesta semana, se o dirigente for à Câmara. "Vou me dirigir a ele para dizer que se trata de um desqualificado para ter qualquer tipo de diálogo com o Brasil. Para mim, ele é persona non grata na Câmara dos Deputados".
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O petista disse esperar que a Fifa escolha outra pessoa para dialogar com o Brasil sobre a Lei Geral da Copa. "Que ele e o palavreado chulo dele fiquem no seu país. E acho que o país dele não merece isso", afirmou ainda o líder.
Vaccarezza disse que aguardou por uma resposta do governo. Como ela estava demorando, ele resolveu reagir às declarações de Valcke. "Sou um deputado federal que jurou pela Constituição defender o Brasil", concluiu.
Na sexta-feira, durante entrevista concedida em Londres, Valcke criticou os atrasos nas obras de estádios e infraestrutura, além de alfinetar o Congresso pela demora em aprovar a Lei Geral da Copa, que regulará todos os procedimentos relacionados ao mundial. O dirigente sugeriu que os responsáveis pelo Mundial deveriam levar um "pontapé no traseiro" e começar a trabalhar para recuperar o tempo perdido.
No sábado, o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, anunciou que o governo brasileiro "não aceita mais" o dirigente como interlocutor e refutou suas críticas, dizendo que as obras serão concluídas e que o Brasil "honrará os compromissos assumidos".