Campeão olímpico em 1992 com a seleção masculina em Barcelona e depois em 2008 com o time feminino, em Pequim, José Roberto Guimarães terá a chance de, na pior das hipóteses, brigar por uma medalha de bronze na Olimpíada de Londres. A heroica vitória por 3 sets a 2 sobre a Rússia, nesta terça-feira, foi comemorada pelo treinador com um peixinho na quadra e com ares de conquista de medalha ao lado dos outros integrantes da comissão técnica e das jogadoras.
E o triunfo significou muito mais do que a simples classificação à semifinal. Ele representou a grande reação de um time que realizou uma campanha ruim na primeira fase, que dependeu de uma vitória dos Estados Unidos para se classificar e que agora provou estar vivo na briga pela conquista da medalha de ouro.
"Tinha que dar pra gente vencer, estava entalada (essa vitória), era um jogo muito importante para gente. Não só pelo fato de chegar à semifinal, mas de tirar esse estigma de que o Brasil não ganha da Rússia", disse o treinador, ao SporTV, se referindo aos fracassos recentes diante da rival, o mais importante ocorrido em 2010, quando a seleção caiu por 3 sets a 2 na final do Mundial disputado em Tóquio.
A vitória heroica sobre as russas fez Zé Roberto enfatizar que esse triunfo recolocou o Brasil no seu devido lugar no cenário do vôlei feminino. Ao falar sobre o assunto, ele elogiou a postura dos torcedores brasileiros, que empurraram o time rumo à vitória. "Acho que essa vitória resume bem esse mantra de que o ''campeão voltou'', como a torcida começou a gritar. A torcida foi importante em todo o jogo, mas no quarto set eles (torcedores) jogaram junto com a equipe e nos ajudaram a chegar ao tie-break", completou, em entrevista à TV Record.
Zé Roberto ainda enfatizou que essa foi "uma das mais lindas vitórias que esse já time já teve" e lembrou que nos Jogos de Pequim o Brasil ganhou da Rússia por 3 a 0 em um jogo no qual o rival "não fez nem 17 pontos em nenhum set".
"Em jogos assim o time cresce. Esse time se doou muito, não era justo (ser eliminado). Na fase de classificação jogamos muito mal contra a Coreia e deu no que deu. Tivemos que torcer por uma vitória dos Estados Unidos, mas só tenho que agradecer ao Papai do Céu pelo momento que estamos vivendo", comemorou.
O fato de o triunfo ter vindo com sofrimento também foi exaltado por Zé Roberto, deixando claro que o sabor do triunfo acabou sendo ainda mais doce para o Brasil. "Vitória melhor do que essa, impossível", admitiu.
Já ao falar sobre o erro da arbitragem na reta final do tie-break, quando a arbitragem marcou bola fora do Brasil em um ataque em que a mesma caiu dentro da quadra russa, Zé Roberto disse que esse problema já havia ocorrido anteriormente no Mundial diante do rival. "Isso já havia acontecido antes no Mundial e não poderia ter acontecido de novo, mas o mais importante é que o time teve equilíbrio para superar isso também e vencer o jogo", finalizou.
A central Fabiana, por sua vez, lembrou que foi preciso esquecer do erro da arbitragem naquele momento para não deixar que ele atrapalhasse o time na reta final do confronto. "Dissemos ''vamos embora, vamos virar o nosso ataque''. Naquela hora ficamos bravas com o juiz, mas isso acontece. Tentamos ficar calmas para seguir o jogo", revelou.