Dias depois de ter anunciado que foi reprovada em exame antidoping no qual testou positivo para o consumo da substância Meldonium, em teste realizado durante a disputa do Aberto da Austrália, em janeiro, Maria Sharapova resolveu vir a público para contra-atacar quem a acusa de ter se dopado de forma intencional ou agido com negligência ao usar o medicamento de forma sistemática por dez anos.
O Meldonium, também conhecido como Mildronato, passou a ser considerado uma substância proibida pela Agência Mundial de Antidoping (Wada, na sigla em inglês) a partir do último dia 1º de janeiro, e na última quarta-feira o ex-presidente desta entidade antidoping Dick Pound declarou que Sharapova é culpada por "negligência deliberada" por ter utilizado este medicamento. Ele ainda revelou que as autoridades do tênis sabiam que muitos jogadores a utilizavam antes de ser proibida neste ano.
Ex-tenistas e tenistas de destaque também cobraram punição ou criticaram Sharapova nos últimos dias. Suspensa de forma provisória pela Federação Internacional de Tênis, que vai realizar audiências sobre o caso e decidir sobre a pena a ser aplicada à atleta, a russa usou a sua página no Facebook para divulgar um comunicado no qual negou informações veiculadas pela imprensa internacional nos últimos dias.
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Uma das informações davam conta de que ela teria sido avisada por cinco vezes de que a substância encontrada no remédio que tomou por dez anos se tornaria proibida. Ela voltou a ressaltar que só foi ter conhecimento desta proibição neste ano e que sempre usou o remédio por indicação médica.
"Estou decidida a me defender. Uma informação dizia que fui avisada cinco vezes sobre a iminente proibição do remédio que eu estava tomando. Isso não é verdade e nunca ocorreu", ressaltou a tenista vencedora de cinco títulos de Grand Slam. Ela ainda acusou alguns veículos de comunicação de terem "distorcido, exagerado ou de serem incapazes de informar exatamente sobre o ocorrido".
Sharapova, entretanto, admitiu que deveria ter prestado mais atenção a um e-mail que recebeu em 22 de dezembro, que avisava sobre mudanças nas regras antidoping a partir de 2016, mas ela alega que poderia ter sido informada de uma forma mais eficiente ou clara pelas autoridades antidoping.
"Não estou dando nenhuma desculpa por não saber sobre a proibição. Já disse sobre o e-mail que recebi em 22 de dezembro de 2015. Sua linha de assunto era 'Principais Mudanças no Programa Antidoping do tênis por 2016'. Eu deveria ter prestado mais atenção a ela. Mas as outras 'comunicações'? Elas estavam escondidas em boletins informativos, sites ou folhetos", ressaltou, lembrando de um e-mail que recebeu em 18 de dezembro, no qual continha informações sobre torneios, ranking, estatísticas e informações antidoping.
"Em 18 de dezembro, recebi um e-mail com o assunto 'Players News'. Era um boletim de notícias, que continha uma série de informações sobre viagens, próximos torneios, rankings, estatísticas, desejos de feliz aniversario e, sim, a informação de antidoping. Mais uma vez, sem desculpas, mas é errado dizer que eu fui advertida cinco vezes", enfatizou.
Por causa do escândalo de doping, revelado pela própria tenista em pronunciamento dado na última segunda-feira, Sharapova já perdeu o apoio de patrocinadores de peso, como a gigante esportiva Nike, a empresa suíça de relógios TAG Heuer e a montadora automotiva alemã de carros de luxo Porsche.